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‘Áudio de Joesley certamente já arranhou imagem do STF’

em Manchete
terça-feira, 05 de setembro de 2017
Divulgação

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Corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha.

Brasília – O corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, disse ontem (5) que certamente a imagem do Supremo (STF) já está arranhada em meio a menções de delatores do grupo J&F à Corte. Nos novos áudios da delação de executivos da J&F entregues à Procuradoria-Geral da República (PGR), obtidos pela revista Veja, os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud falam sobre “dissolver” o Supremo.
“Certamente (isso) já arranhou (a imagem do Supremo)”, disse Noronha, que atua no CNJ ao lado da ministra Cármen Lúcia, que preside o conselho e o STF. O corregedor, no entanto, ressaltou que não acredita que qualquer ministro do STF esteja envolvido em irregularidades no caso. “Nossa Corte é composta dos homens e mulheres mais dignos deste país”, afirmou. Para ele,
a delação premiada passou a ser um “instituto universal”, que visa à obtenção de “informações necessárias para a apuração dos crimes ocorridos no país”.
“O gerenciamento da delação premiada é muito importante. Por exemplo, não é razoável você pressionar alguém a delatar. Não é razoável prender pra delatar. Não sei se isso aconteceu, acontece. Não tenho caso concreto que alguém foi pressionado”, disse Noronha. “O Delcídio (o ex-senador) delatou um monte de gente e não está provando. Isso desmerece a delação premiada? Ele pode perder os benefícios. Uma coisa é delação, outra coisa é comprovação dos fatos”, continuou o corregedor.
Em alegações finais enviadas à Justiça, o MPF-DF, pediu que Delcídio perca os benefícios assegrados no acordo de colaboração premiada. A Procuradoria da República afirma que o ex-parlamentar mentiu sobre fatos que levaram à abertura de ação penal contra sete pessoas. “Eu quero que o Brasil seja passado a limpo, seja o pequeno, o médio, o grande. E que a Justiça seja a mesma para todos. Só isso”, concluiu Noronha (AE).