Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. |
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem (19) que a reforma da Previdência é “prioridade número um”, mesmo com a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. “Evidentemente que, se as lideranças do Congresso concluírem que a reforma da Previdência tem voto suficiente para ser aprovada, a ideia, inclusive já anunciada pelo presidente da República, é tomar uma medida que viabilize a votação da Previdência, atendidos todos os requisitos da Constituição”.
Meirelles disse ainda que o governo não trabalha com um plano B. “Acho que antes de se definir o número de votos e se é possível aprovar, acho que não cabe ficarmos discutindo planos B, porque isso serviria evidentemente para desviar a atenção do fundamental que é a aprovação da reforma”. A ideia do governo, explicou Meirelles, é interromper a intervenção federal, substituindo-a por um decreto do governo do estado capaz de manter a estrutura colocada pelo Exército e, após votada a reforma, retomar a intervenção federal.
Para o ministro, a crise fiscal pela qual passa o país está relacionada à crise de segurança nos estados. A crise econômica do país levou a um aumento do desemprego e beneficiou o recrutamento de jovens para atividades criminosas. Para ele, uma melhora na economia, portanto, também terá impactos na área de segurança. “Existem programas sociais que passam a ser melhor financiados na medida em que existe recuperação fiscal e não só do governo federal, com aumento da arredação, com o teto de gastos e com a reforma da Previdência, mas dos estados”.
Meirelles citou o Regime de Recuperação Fiscal dos Estados, ao qual o Rio de Janeiro aderiu. O governo do estado recebeu um empréstimo bancário de R$ 2,8 bilhões a partir da penhora de ações da Cedae. Um novo empréstimo, que tem como garantia royalties do petróleo, está sendo negociado, ainda sem o valor definido. “Agora está se endereçando e sendo enfrentada uma questão crítica, que é a questão da segurança, mas a questão financeira e fiscal como um todo já está sendo enfrentada, estamos no meio do processo”, disse Meirelles (ABr).