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Acionistas da JBS foram vítimas dos irmãos Batista, diz a Polícia Federal

em Manchete
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Reprodução

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Os irmãos Wesley e Joesley Batista.

Os acionistas da empresa JBS e o mercado financeiro de modo geral foram os mais prejudicados pelo crime financeiro praticado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, de acordo com a Polícia Federal. Wesley foi preso ontem (13) na capital paulista e Joesley teve prisão temporária decretada na segunda-feira (11) e foi levado para Brasília. De acordo com a PF, Wesley ficará preso em São Paulo por tempo indeterminado. Já seu irmão, cuja prisão temporária vence amanhã (15), pode ser transferido para São Paulo, onde ficará detido e cumprirá a prisão preventiva. Caso o STF determine prorrogação da prisão ou altere para preventiva, ele permanecerá em Brasília.
Os irmãos são acusados de se aproveitarem da informação de que a delação premiada de Joesley impactaria o mercado financeiro, com a desvalorização das ações da JBS. Foram vendidas 42 milhões de ações, no valor de R$ 372 milhões. Assim, os dirigentes da JBS evitaram que o excesso de oferta desvalorizasse as ações. Diluíram os prejuízos, com a desvalorização de 37% nos papéis, entre os acionistas. Posteriormente, os papéis foram recomprados da FD pela JBS.Essa operação de venda antecipada evitou prejuízo estimado em R$ 138 milhões.
A forte queda no índice Bovespa também foi provocada pela manobra, que abalou a confiança do mercado, o que é essencial para atrair investimentos no país. Outra irregularidade apontada foi a compra de contratos futuros de dólar, num total de mais de US$ 2 bilhões, fazendo com que a JBS ficasse em segundo lugar na compra de dólares no país. Um dia após a divulgação da delação, houve valorização do dólar de 9%. Os acusados poderão responder por crime de uso de informação relevante, ainda não divulgada ao mercado, para propiciar vantagem indevida com valores mobiliários.
Em nota, a defesa dos irmãos Batista lamenta a ação. “É injusta, absurda e lamentável a prisão preventiva de alguém que sempre esteve à disposição da Justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os documentos requeridos. O Estado brasileiro usa de todos os meios para promover uma vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça” (ABr).