Líderes de todos os setores já convivem com uma nova realidade: adaptar-se rapidamente aos desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus, especialmente quando se trata de comandar toda a operação apenas de forma virtual. Segundo Ricardo Basaglia, diretor-geral da Page Executive, unidade de negócio do PageGroup especializada em recrutamento e seleção de executivos para alta direção (o chamado “C-Level”), com o trabalho remoto, o alto escalão deve se preparar para instituir novas dinâmicas que permitam a continuidade das atividades de todos os colaboradores da empresa.
“As habilidades e técnicas que aprendemos em MBA’s, cursos e certificações não são mais suficientes, afinal, não fomos prepararados para competências antes até consideradas mal vistas por muitos executivos, como a produção de lives e a manutenção de perfis ativos nas redes sociais”, conta.
O mercado de trabalho deve estar em constante adaptação às transformações sociais, para que empresas não fiquem em desvantagem competitiva em termos de participação e atração de talentos. Regras e recomendações profissionais são alteradas a todo o tempo por meio de influências econômicas e comportamentais. Com a recente instituição do home office, não foi diferente. Muitas atividades tiveram de ser repensadas e adaptadas para o momento.
“A realidade atual é de que precisamos nos preparar para fazer reuniões remotas com milhares de pessoas da empresa. Precisamos encontrar formas de engajar equipes sem contato pessoal e de impactar a todos com mensagens em posts curtos na internet, para que continuem interessados nas atividades da instituição. O home office é recente para grande parte das empresas mas, em meio ao momento atual, todas as alterações são necessárias”, conclui Basaglia.
Confira abaixo 5 atividades das lideranças que tiveram de ser transformadas por conta do trabalho remoto e readaptadas para o meio digital:
• Reuniões – Importantes para manter a comunicação e o relacionamento dentro e fora da empresa, as reuniões foram as primeiras atividades a sofrerem modificações em decorrência da pandemia vigente. No primeiro momento, houve restrições no número de participantes, prezando pelo distanciamento entre cada um, em caso de necessidade de conversas presenciais. Após a instituição do trabalho remoto por grande parte das empresas, as reuniões passaram a ser totalmente digitais.
As lideranças ficaram encarregadas de descobrir as melhores ferramentas para que as conversas fluam com qualidade, mas também de aprender novas formas de comunicação capazes de engajar e direcionar equipes à distância. Com a transformação, muitos gestores perderam suas habilidades de mediar conflitos e reconhecer obstáculos por meio da presença física, mas ganharam chances de novos aprendizados para atuar em plataformas digitais.
• Eventos – O planejamento e a execução de eventos corporativos também sofreram impacto com a implementação do trabalho remoto. O que antes era discutido e idealizado nos mínimos detalhes pela reunião de diferentes equipes, hoje se depara com uma nova realidade, que envolve reuniões on-line, lives em redes sociais e webinars. Se, por um lado, os profissionais tiveram de aprimorar suas capacidades de organização e comunicação para executar os projetos com bons resultados, por outro, os usuários das redes sociais se depararam com o aumento da acesso à informação e a necessidade de selecionar de modo assertivo o que é mais relevante para a sua carreira.
Com a transformação, muitos gestores perderam suas habilidades de mediar conflitos e reconhecer obstáculos por meio da presença física, mas ganharam chances de novos aprendizados para atuar em plataformas digitais.
• Divulgações internas – Os e-mails estão se tornando plataformas secundárias progressivamente. As preferências de consumo de informações mudaram. Aplicativos e plataformas mais ágeis, como Whatsapp, LinkedIn e redes internas que permitam o contato direto entre os colaboradores, estão captando a atenção dos profissionais, que dificilmente lerão comunicados e decisões internas enviados por e-mail.
As lideranças se depararam com a necessidade de criação de grupos e de estabelecer contato direto com sua equipe por meio das ferramentas recentes e das redes sociais, que também se demonstraram úteis para que gestores transmitam as mensagens da empresa para demais interessados em suas atividades, atraindo potenciais talentos.
• Recrutamento virtual – Com o objetivo de apoiar o combate ao coronavírus, sem expor colaboradores e candidatos, muitas lideranças estão estimulando a adoção de processos de recrutamento virtual em suas empresas. A medida permite a continuidade dos processos seletivos, movimentando a economia, ao mesmo tempo em que reduz o tempo de trabalho da equipe de Recursos Humanos, fornecendo informações valiosas sobre o perfil do candidato por meio de tecnologias como a Inteligência Artificial, possibilitando escolhas assertivas.
• Instituição da cultura de home office – Como líder, é importante ser referência no estabelecimento de normas e recomendações da empresa. Certamente, grande parte dos colaboradores não estão preparados para o novo modelo de trabalho, adotado às pressas. Portanto, é essencial que o gestor esteja apto para transmitir os direcionamentos para que a equipe consiga bons resultados trabalhando remotamente. A liderança nunca deve se ausentar e deve se esforçar ao máximo para identificar vitórias e gargalos entre seus times, estabelecendo progressivamente uma cultura de home office.
Fonte e mais informações: (www.pageexecutive.com).