O presidente Michel Temer anunciou na sexta-feira (25) o envio de “forças federais de segurança” para desbloquear rodovias e tentar colocar fim à paralisação dos caminhoneiros por causa da alta do diesel. O mandatário disse que o governo aceitou as exigências da categoria, mas que “uma minoria radical tem bloqueado estradas e impedido que muitos caminhoneiros levem adiante seu desejo de fazer seu trabalho”. O governo havia anunciado um acordo para suspender a greve por 15 dias, mas o pacto não foi assinado pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que representa cerca de 700 mil trabalhadores.
“Não vamos permitir que a população fique sem os gêneros de primeira necessidade. Não vamos permitir que consumidores fiquem sem produtos. Não vamos permitir que hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas. Não vamos permitir também que crianças sejam prejudicadas pelo fechamento de escolas. Quem bloqueia estradas, quem age de maneira radical, está prejudicando a população e será responsabilizado”, ameaçou Temer.
A greve já está em seu quinto dia e provocou uma severa crise de abastecimento em todo o país. Em São Paulo, o prefeito Bruno Covas decretou estado de emergência, o que autoriza o poder público a apreender combustível. Além disso, os postos do estado não têm mais etanol e gasolina comum. O aeroporto internacional JK, em Brasília, está sem combustível. O acordo anunciado pelo governo com bastante otimismo inclui 12 medidas, como a redução a zero da alíquota da Cide sobre o diesel em 2018 e a manutenção do corte de 10% no valor do combustível nas refinarias pelos próximos 30 dias.
Além disso, o governo aceitou limitar os reajustes a uma periodicidade mínima de 30 dias, usando dinheiro do contribuinte para ressarcir a Petrobras por eventuais prejuízos. O acordo ainda inclui ações para o empresariado, como a desoneração da folha de pagamento das companhias do setor de transporte rodoviário de cargas.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, chegou a cogitar a hipótese de locaute, quando as empresas impedem seus funcionários de trabalhar, o que é proibido por lei (ANSA).
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