Brasília – O chefe de estudos tributários e aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, avaliou na sexta-feira (25), que a queda na arrecadação do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) foi a principal responsável pelo fraco desempenho das receitas em julho. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o recolhimento do IR de empresas caiu 18,60%, para R$ 18,110. “Houve uma perda de R$ 4,139 bilhões nessa comparação”, destacou Malaquias. “Ainda estamos investigando a causa disso”, completou.
De acordo com ele, nos últimos três meses, a estimativas do setor financeiro estão vindo menores do que ocorria no mesmo período de 2016. Malaquias apontou que os bancos estão adequando seus recolhimentos em relação às suas perspectivas de resultados. Além disso, o setor pode ter antecipado o pagamento de tributos, que agora serão ajustados. Como a arrecadação de Cofins do setor também veio abaixo do usual, é provável que os bancos estejam usando mais créditos tributários.
“Os bancos projetam seus resultados e calibram os pagamentos de impostos por estimativa. Não dá para dizer que a queda na arrecadação decorre de uma menor lucratividade dos bancos. Só saberemos o resultado real do setor após as instituições realizarem seus ajustes”, argumentou. Por outro lado, apontou, o Imposto de Importações (II) teve acréscimo devido a maior valor em dólar de importações, enquanto a massa salarial e vendas do comércio também tiveram desempenho positivo em julho.
“Isso impactou positivamente, exceto tributos do setor financeiro”, acrescentou. “Tirando o setor financeiro, a recuperação da economia tem se refletido na arrecadação”, concluiu, ao destacar que a evolução da arrecadação em relação a 2016 se mantém com uma alta real inferior a 1%. Entre janeiro e julho deste ano, a arrecadação federal somou R$ 758,533 bilhões. O montante representa uma alta real de 0,61% na comparação com igual período do ano passado. Até junho, essa crescimento era de 0,77%.
“Já ao considerar a arrecadação nos últimos 12 meses, a variação real é positiva em 1,65%”, acrescentou Malaquias. Até junho, essa alta em 12 meses era de 1,83% (AE).
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