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Medidas protecionistas atingem comércio equivalente a US$ 481 bilhões

em Manchete Principal
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
Medidas temporariio

Medidas temporariio

A OMC deixa claro que os últimos seis meses registraram o maior número de novas barreiras já impostas sobre o comércio em seis anos.  Foto: Reuters

Genebra – O número de medidas protecionistas adotadas pelas maiores economias do mundo batem recorde e as novas barreiras já atingem um comércio equivalente a US$ 481 bilhões. Os dados foram publicados ontem (22), pela Organização Mundial do Comércio (OMC), às vésperas do encontro do G-20 em Buenos Aires, e mostram a maior proliferação de iniciativas protecionistas desde que o levantamento começou a ser realizado em 2012.
Nos últimos meses, a guerra comercial instalada entre os EUA e a China levou a comunidade internacional a temer pelo futuro das regras do multilateralismo. Nesta semana, o governo Trump chegou a ameaçar tornar a OMC “inviável” se ela julgar como ilegais as barreiras que a Casa Branca vem adotando. Agora, num alerta aos presidentes do G-20, a OMC deixa claro que os últimos seis meses registraram o maior número de novas barreiras já impostas sobre o comércio em seis anos.
“Esse informe nos dá uma primeira visão factual sobre as medidas restritivas que foram introduzidas nos últimos meses e que agora cobrem mais de US$ 480 bilhões em comércio”, disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo. “Os resultados do informe devem ser uma séria preocupação aos governos do G-20 e para a comunidade internacional como um todo”. Para ele, uma escalada ainda maior do protecionismo é possível. E alerta que uma solução exigirá “vontade política e liderança do G20”.
Se por anos o Brasil liderou entre os países que mais adotaram medidas restritivas, essa tendência foi revertida nos últimos meses. De acordo com o levantamento, o governo brasileiro adotou um total de oito medidas facilitando o comércio, contra sete medidas protecionistas. Nos EUA, por exemplo, foram mais de 19 medidas protecionistas em apenas seis meses. De um total de 201 novas investigações de antidumping iniciadas, apenas nove foram feitas pelo governo brasileiro. Os americanos e europeus, cada qual com 43 medidas, lideraram o ranking (AE).