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Lava Jato tem fila de espera por delação premiada em 2017

em Manchete Principal
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
O casal João Santana e Mônica Moura, responsáveis pelas campanhas presidenciais de Dilma, em 2010 e 2014, e de Lula, em 2006.

O casal João Santana e Mônica Moura, responsáveis pelas campanhas presidenciais de Dilma, em 2010 e 2014, e de Lula, em 2006.

Uma fila de candidatos a delatores aguarda a oficialização dos acordos de delação premiada e leniência fechados entre a Odebrecht e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato. Todas as tratativas para novos acordos de colaboração premiada estão suspensas, desde dezembro. A lista de candidatos a delator que já iniciaram conversas com advogados reúne o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, o marqueteiro do PT, João Santana, o lobista Adir Assad, e executivos das empreiteiras Mendes Júnior, Galvão Engenharia, Delta e EIT.
Todos são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros que buscam uma redução de pena, nos processos do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba – onde estão os casos de alvos sem foro privilegiado. São candidatos a virarem réus confessos e colaboradores das investigações, em troca do benefício.
O PT é um dos principais alvos de três candidatos a delatores da fila: o casal João Santana e Mônica Moura e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Responsáveis pelas campanhas presidenciais de Dilma, em 2010 e 2014, e de Lula, em 2006, Santana e Mônica foram presos em fevereiro do ano passado. Negociam uma delação desde julho, sem acordo com a força-tarefa.
Duque está preso desde abril de 2015. É sua terceira tentativa de um acordo com o Ministério Público. O ex-diretor, que foi indicado e era sustentado pelo PT no cargo, entre 2003 e 2012, promete falar do suposto envolvimento de Lula no esquema de corrupção na estatal. Os acordos de delação premiada e leniência fechados entre a Odebrecht e a força-tarefa da Lava Jato, em dezembro, é o último de uma lista de 71 contratos fechados pelo Ministério Público Federal, em Curitiba – origem das investigações.
Investigadores ouvidos pela reportagem disseram, em reservado, que a delação da Odebrecht deve gerar um efeito multiplicador nas delações de empreiteiras. As revelações devem atingir negócios que envolvem outros grupo empresariais, que ficarão obrigados a confessarem seus envolvimentos, acreditam. Além, disso, deve proporcionar um “recall” das delações premiadas já fechadas com executivos das Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC (AE).