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IGP-M volta a ganhar força na segunda prévia de janeiro e sobe 0,83%

em Manchete Principal
terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Segundo a FGV, as hortaliças e legumes ficaram 14,84% mais caros.

Rio – Após uma breve trégua em dezembro, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) voltou a ganhar força na segunda prévia de janeiro, informou ontem (19), a Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice subiu 0,83%, contra taxa de 0,50% no último mês de 2015. O aumento de preços atingiu desde commodities no atacado quanto mensalidades escolares e alimentos no varejo.
A aceleração deve ser a tendência para o mês de janeiro, tanto para o atacado quanto para o varejo, afirmou Salomão Quadros, superintendente-adjunto de Inflação da FGV. Enquanto os preços de grãos compensam quedas exageradas em meses anteriores e também são afetados por problemas climáticos, reajustes de início de ano pesam sobre o orçamento das famílias.
“Em dezembro, ainda havia vários produtos com quedas no atacado, reflexo da normalização do câmbio após forte alta no terceiro trimestre de 2015. Agora, há revisões, correções de quedas aprofundadas, como é o caso da soja”, disse Quadros.
No índice divulgado, a inflação atacadista subiu 0,82%, o dobro do resultado de dezembro. Só a soja ficou 1,28% mais cara, após queda de 2,66% no mês passado. Além do ajuste devido ao câmbio, as dificuldades do clima acabam interferindo no preço. “Este ano vai ter supersafra, mas com o El Niño pode ter havido pequena frustração em alguma região”, disse o superintendente.
O varejo, por sua vez, deve se manter acima de 1% até o fim do mês. Na segunda prévia de janeiro, o índice subiu 1,10%. “Isso se deve aos alimentos in natura, que costumam aumentar nessa época, e às mensalidades”, explicou Quadros. Segundo a FGV, as hortaliças e legumes ficaram 14,84% mais caros. No âmbito escolar, as mensalidades de cursos regulares (desde escola até universidade) aumentaram 3,24%.
“O impacto dos reajustes de ônibus também vai crescer”, lembrou o superintendente. “Em São Paulo, o aumento foi de 8,57%, mas em outras cidades foi acima de 10%”. O especialista da FGV lembrou que as mensalidades e os ônibus respondem, cada um, por cerca de 3% do orçamento das famílias (AE).