A privatização ocorreu sem que houvesse concorrência. Foto: Clayton de Souza/Estadão
São Paulo – O governo do Estado de São Paulo deve arrecadar R$ 1,9 bilhão com a venda de sua participação de 40,6% na Companhia Energética de São Paulo (Cesp), recursos que devem entrar nos cofres do Estado ainda este ano, em cerca de 45 dias, segundo as autoridades estaduais.
Desse total, R$ 1,7 bilhão serão pagos pelo consórcio São Paulo Energia – formado pela Votorantim Energia e pelo Canada Pension Plan Investment Board -, que arrematou, em leilão realizado na sexta-feira (19), 116,4 milhões de ações pertencentes ao governo paulista, o correspondente a 35,6% do capital total da companhia.
O montante restante virá da venda de 16.375.710 ações ordinárias, correspondentes a 5% do capital social da companhia que serão oferecidos aos empregados da Cesp. Conforme previsto no edital, uma parte dessas ações, somando 1 202.700 de papéis, será vendida com um deságio de 50% em relação ao preço mínimo do leilão, ou R$ 7,15, acrescido da variação da Selic até a data da liquidação. Outros 15.172.010 ações serão ofertadas pelo preço mínimo de R$ 14,30/ação.
Em breve entrevista, o governador de São Paulo, Marcio França, disse que os recursos já estavam previstos no orçamento do Estado e devem colaborar para o fechamento das contas em 2018. “Passamos no Brasil inteiro por um período muito difícil, todos os Estados sofreram, teve que se fazer cortes em todos os cantos e São Paulo não foi diferente. A diferença é que São Paulo é tão grande que conseguimos conduzir muitas obras e muitos serviços que continuam sendo feitos e nunca atrasamos salário, disse, citando tarefas consideradas essenciais como educação, saúde e segurança.
O secretário da Fazenda de São Paulo, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho, destacou que a privatização da Cesp foi concluída após 22 anos de tentativas de realizar a operação. E França acrescentou que a venda foi uma recomendação do ex-governador Geraldo Alckmin, que havia tentado realizar a venda no ano passado, mas suspendeu o certame dias antes de sua realização após a sinalização de falta de interesse (AE).