A Veritas Technologies, líder global em proteção de dados corporativos, acaba de concluir uma pesquisa que destaca as razões que dificultam a adoção de tecnologia em nuvem pelas empresas. Um dos principais pontos do levantamento indica que a cultura de culpa nos escritórios está entre os principais danos ao sucesso da adoção à nuvem.
De acordo com o estudo, as empresas estão perdendo informações críticas, como pedidos de clientes e dados financeiros, porque os colaboradores têm medo ou vergonha de relatar perda de dados ou problemas de ransomware ao usar aplicativos em nuvem, como o Microsoft Office 365.
“As empresas precisam ajudar os funcionários, e não somente culpar, quando dados são perdidos ou criptografados por hackers como resultado de erros humanos”, afirma Gustavo Leite, country manager da Veritas no Brasil. “Geralmente, há uma pequena janela em que as empresas podem agir para minimizar o impacto da exclusão ou corrupção dos dados baseados na nuvem que os funcionários utilizam.
Os líderes precisam motivá-los a relatar eventuais erros o mais rápido possível, para que as equipes de TI possam agir de imediato e tomar as medidas corretivas. A pesquisa deixa claro que vergonha e punição não são as formas ideais de lidar com esse cenário”. A principal descoberta é que mais da metade dos funcionários (56%) já excluíram acidentalmente arquivos hospedados na nuvem – como documentos de negócios, apresentações e planilhas – e até 20% relatam que isso acontece várias vezes por semana. Outros cenários encontrados são:
- – Os funcionários envergonhados e com medo de admitir erros – A pesquisa revelou que 35% dos funcionários já mentiram para encobrir o fato de terem excluído acidentalmente dados armazenados em unidades de nuvem compartilhadas. Enquanto 43% disseram que ninguém percebeu o erro, nos casos em que os acidentes foram descobertos, 20% dos entrevistados relataram que os dados não eram mais recuperáveis.
Quando questionados sobre por que não informaram seus erros, 30% disseram que mantiveram o silêncio porque estavam com vergonha, 18% por medo das consequências e 5% porque já tinham tido problemas com seus departamentos de TI antes. Os funcionários são ainda mais temerosos quando se trata de incidentes de ransomware. Apenas 30% dos entrevistados confessariam imediatamente os erros que permitiram o acesso do ransomware em suas organizações.
Outros 35% disseram que não fariam nada ou fingiriam que nada havia acontecido, enquanto 24% omitiriam sua própria culpa ao relatar o incidente. “Os funcionários dependem cada vez mais de tecnologias baseadas em nuvem para a realização do trabalho”, acrescenta Leite. “Hoje, 38% dos colaboradores das empresas consultadas armazenam dados em pastas na nuvem atribuídas a eles, 25% em pastas que se sincronizam com a nuvem e 19% em pastas na nuvem que compartilham com suas equipes.
Infelizmente, quanto mais pessoas acessam drives em nuvem, mais oportunidades existem para que os indivíduos evitem suspeitas ou repassem a culpa. No entanto, sem saber todos os detalhes de quem causou um ataque de ransomware, além de como e quando, fica muito mais difícil limitar seu impacto”.
- – A nuvem dá falsa confiança aos colaboradores – A pesquisa também destacou que os funcionários não têm uma compreensão clara sobre o limite de auxílio que as empresas de hospedagem na nuvem podem oferecer em caso de perda de dados. Na verdade, quase todos (92%) acreditam que seu provedor seria capaz de restaurar seus arquivos, seja por meio de uma cópia da nuvem, de uma pasta de “itens excluídos” ou de um backup.
Entre os respondentes, 15% acreditam que seus “itens excluídos” estariam disponíveis na nuvem por pelo menos um ano após a perda dos dados. “Quase metade (47%) imaginam que os dados na nuvem são mais seguros contra ransomware por presumirem que seus provedores os protegem de malware que possam ser acidentalmente introduzidos”, explica o country manager da Vertitas.
“Essa é uma suposição incorreta, que continuará a colocar os negócios em risco até que seja totalmente eliminada. A verdade é que, como parte de seu serviço padrão, a maioria dos provedores de nuvem apenas fornece garantia de resiliência de seu serviço, não oferece garantias de que um cliente, ao utilizar seu serviço, terá seus dados protegidos.
Na verdade, muitos vão mais longe ao explicar seus modelos compartilhados com responsabilidade em seus termos e condições, deixando claro que os dados e sua proteção são de responsabilidade dos clientes. O armazenamento de dados na nuvem não os torna seguros automaticamente, o que torna fundamental às empresas contratantes contar com um forte sistema adicional de proteção de dados”.
- – Estresse e fúria ocasionados pela perda de dados – Há atualmente uma cultura da vergonha, por meio da qual a perda de dados afeta o bem-estar dos funcionários. Isso fica evidente a partir de alguns reflexos, como o fato de 29% dos colaboradores relatarem usar palavrões ao perder dados, 13% atacarem e quebrarem algo e 16% serem levados às lágrimas.
De acordo com a pesquisa, perder dados relacionados ao trabalho ou introduzir ransomware são duas das experiências mais estressantes para os profissionais consultados – mais do que um primeiro encontro, uma entrevista de emprego ou fazer um exame médico.
“Não é de se admirar que os colaboradores vão às lágrimas, xingam ou mentem quando descobrem que seus arquivos estão perdidos para sempre. Isso porque um grande número deles acredita que será fácil obter os dados de volta com a empresa que fornece o serviço de nuvem. Porém, na realidade, esse não é o trabalho do provedor. Como resultado, 52% dos entrevistados da pesquisa disseram que já apagaram acidentalmente um arquivo da nuvem e nunca mais conseguiram recuperá-lo.
É responsabilidade de cada empresa proteger seus próprios dados, seja na nuvem ou armazenados em seus próprios dispositivos. Se conseguirem fazer isso direito e facilitar para os funcionários com mecanismos e procedimentos de restauração de arquivos perdidos, poderão aliviar a pressão sobre os colaboradores. Culpar as pessoas somente não ajuda – fazer backup de seus dados, no entanto, sim e muito”, pontua Leite. – Fonte e outras informações: (www.veritas.com).