O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. Foto: Mixvale/Reprodução
Mesmo sem o reforço do Refis, o Governo Central, composto pelo Tesouro Nacional, pela Previdência Social e pelo Banco Central, iniciou o ano com superávit primário acima das expectativas. Segundo números divulgados ontem (27) pelo Tesouro, a economia de recursos chegou a R$ 30,238 bilhões em janeiro. Esse foi o segundo melhor resultado para o mês, só perdendo para janeiro do ano passado
(R$ 30,842 bilhões).
O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. O mês de janeiro registra superávit por causa do pagamento de IR e de CSLL das empresas, que subiu 7,71% acima da inflação em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, influenciado pelo maior lucro. Outro fator foi a melhoria da arrecadação de royalties da exploração de recursos naturais, cujas receitas aumentaram de R$ 7,9 bilhões em janeiro do ano passado para R$ 10,2 bilhões agora, alta de 28,1% acima da inflação oficial pelo IPCA.
O superávit piorou levemente em relação ao ano passado porque as receitas caíram em ritmo maior que as despesas. Sem a arrecadação do Refis, as receitas líquidas em janeiro caíram 3%, em relação ao mesmo mês do ano passado. As despesas, em contrapartida, recuaram 2,3% na mesma comparação, também considerando a inflação acumulada. A Previdência, que tradicionalmente registra déficits recordes, teve resultado negativo de R$ 13,8 bilhões em janeiro.
O valor indica leve melhora em relação ao déficit de R$ 14,7 bilhões registrado no mesmo mês de 2018. O rombo da Previdência foi compensado pelo superávit de R$ 44,03 bilhões do Tesouro e do Banco Central. Em relação às despesas, os gastos de custeio caíram 7,7% descontada a inflação. As despesas com a Previdência subiram 2,5% acima da inflação, e os gastos com o funcionalismo federal recuaram 1,9%.
Os investimentos federais (obras públicas e compra de equipamentos) somaram R$ 1,310 bilhão em janeiro, queda de 15,2% em relação ao mesmo mês do ano passado em valores corrigidos pela inflação. Essa retração é esperada em início de governo, quando os novos ministros ainda estão tomando conhecimento da máquina pública (ABr).