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Como a tecnologia está transformando o setor jurídico?

em Manchete Principal
quarta-feira, 09 de junho de 2021

Rafael Caillet (*)

Atualmente, a presença da inovação no ambiente de escritórios de advocacia traz questionamentos complexos sobre o real papel da tecnologia. Certamente, é natural que dúvidas apareçam sobre como a utilização de soluções tecnológicas pode beneficiar a figura do advogado, sem que o protagonismo humano saia prejudicado.

Em termos práticos, empresas que trabalham com modelos de Automação Robótica de Processos (RPA), oferecendo serviços personalizados e capazes de corresponder às demandas de cada cliente, demonstram o propósito máximo de qualquer movimentação que vise a transformação digital: simplificar a vida das pessoas e valorizá-los enquanto profissionais do Direito. Há alguns anos, talvez fosse inconcebível pensar em uma advocacia conduzida com o suporte da tecnologia comandando atividades repetitivas e padronizadas.

Sem dúvidas, uma mudança de mentalidade tem sido pavimentada entre os que possuem poder de decisão e trabalham no segmento, fato que possibilitou a participação de organizações com expertise em RPA para a área jurídica. Hoje, olhando para o futuro, contar com esse apoio inovador é praticamente um diferencial competitivo que não pode ser descartado.

. RPA segue conquistando espaço nos escritórios – O mercado de legaltech, que se caracteriza por contar com organizações e startups com especialização em ferramentas tecnológicas para escritórios de Direito, tem participado de forma ativa na introdução de tecnologias que modifiquem a perspectiva estratégica e produtiva do setor.

É possível aliar a automatização com a atuação do advogado em prol de resultados mais assertivos, ágeis e que direcionem o componente humano para o que realmente importa. A RPA não teria conquistado um prestígio crescente se não demonstrasse um diferencial palpável para os gestores e colaboradores.

É de comum acordo que investir em inovação não é uma movimentação simples, requer conhecimento e confiança na empresa que realiza essa verdadeira ponte com o universo digital. Por isso, é dever dos líderes diagnosticar quais são as opções disponíveis no mercado que, de fato, poderão potencializar os resultados obtidos por meio da digitalização.

Imagem: Freepik

. Inovação é capaz de aprimorar diversas frentes – O avanço tecnológico, de modo geral, tem reformulado a visão que possuímos sobre procedimentos rotineiros, dados, métodos de trabalho, entre outros elementos constantes no dia a dia de qualquer empresa. Sob a ótica do Direito, essas contribuições são igualmente relevantes, afinal, a rotina de um escritório de advocacia é tão caótica quanto outros exemplos utilizados com a mesma finalidade.

No meio de tantas papeladas e planilhas, o advogado acaba desvirtuando suas ações primárias e dividindo seus esforços com tarefas de pouco teor estratégico, que não impactarão a relação com os clientes. Esse é um dos principais apelos para que a RPA seja colocada em pauta.

Uma gestão jurídica convencional, com poucas alternativas operacionais e entraves que dificultam o andamento dos processos, não só coloca o ritmo de produção em um estágio prejudicial, como impossibilita que o escritório se destaque pela excelência no atendimento ao cliente.

Hoje, se o mercado está atento a iniciativas que caminhem rumo à inovação, os consumidores não estão fora dessa equação, cada vez mais atualizados quanto às novidades tecnológicas. Logo, não seria nenhum exagero afirmar a preponderância da tecnologia para a fidelização de novos clientes.

Por fim, volto a enfatizar o objetivo máximo de se contar com a automação de processos no âmbito interno dos escritórios. Não é sobre agregar valor ao status do negócio ou mostrar que sua empresa possui soluções inovadoras, mas de transformar a realidade dos profissionais com operações otimizadas, que simplifiquem a vida de todos os envolvidos no cotidiano corporativo.

Respondendo à pergunta que intitula esse artigo, é por meio dessa linha de raciocínio que a tecnologia se mostra decisiva para transformar o setor jurídico e, principalmente, a vida dos profissionais que trabalham na área.

(*) – É fundador e CEO da Oystr (www.oystr.com.br).