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Cepal estima crescimento de 1,5% para América Latina e de 1,6% para o Brasil

em Manchete Principal
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Cepal 2 temproario

Cepal 2 temproario

Para o Brasil, a previsão da entidade para o crescimento do PIB, que estava em 2%, caiu para 1,6% para este ano. Foto: Reprodução/DC

Apesar de incertezas externas, a América Latina e o Caribe mantêm uma trajetória de crescimento moderado, e suas economias crescerão 1,5% em 2018. De acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), isso será possível graças a um aumento da demanda interna, especialmente do consumo privado, e um leve aumento do investimento na região. As informações estão no relatório Estudo Econômico divulgado ontem (23) pela entidade. Embora apresente sinais de desaceleração, o crescimento mantém ‘uma tendência positiva’.
Para o Brasil, a previsão da entidade para o crescimento do PIB, que estava em 2%, caiu para 1,6% para este ano. Um dos fatores para a desaceleração foi a paralisação de 11 dias dos caminhoneiros, que aconteceu em maio, impedindo grande parte da circulação de mercadorias e, portanto, da produção. Além disso, os resultados do primeiro trimestre ficaram abaixo da trajetória esperada.
Ainda assim, a Cepal destaca o crescimento, mesmo que lento, de 1% do PIB em 2017, após dois anos de recessão com quedas de 3,5% ao ano. Os bons resultados do agronegócio (13%), o aumento das exportações (5,2%) e a recuperação do consumo das famílias (0,1%) foram responsáveis por esse crescimento. Entretanto os desafios econômicos no Brasil persistem quando se trata de retomar o crescimento e impactar favoravelmente na renda das famílias e do setor público.
A taxa de desemprego manteve-se em níveis elevados, com uma média mensal de 12,7%, em 2017. No primeiro semestre de 2018, a taxa média foi de 12,8%. O salário real médio subiu apenas 1,29% no trimestre até maio de 2018, comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. Por outro lado, no primeiro semestre as receitas federais cresceram 6,5% em relação ao mesmo período de 2017, devido ao aumento da cobrança pelo maior nível de atividade e pelos programas de regularização tributária.
Graças à regra do teto de gastos foi possível conter o déficit primário do governo federal no primeiro trimestre, que passou de 1,8% para 1,0% do PIB. Além disso, com a queda da taxa de juros, o setor público registou uma queda nos pagamentos de juros, de 6,4% do PIB no primeiro semestre de 2017 para 5,4% no primeiro semestre de 2018. Como em estudos anteriores, existe uma grande heterogeneidade entre os diferentes países e sub-regiões. No caso da América do Sul, o crescimento esperado é de 1,2%, enquanto a América Central cresceria 3,4% e o Caribe 1,7% (ABr).