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Brasil é uma baleia ferida que não consegue se mover, diz Paulo Guedes

em Manchete Principal
terça-feira, 04 de junho de 2019
Guedes temproario

Guedes temproario

O governo decidiu dar prioridade à reforma da Previdência para corrigir desequilíbrios da economia, antes de entrar no que chamou de “agenda positiva”. Foto: Fabio Rodrigues/ABr

Com crescimento de apenas 0,6% ao ano nos últimos oito anos, o Brasil é uma baleia que recebeu vários golpes e não consegue mais se mover, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Guedes foi convocado para responder a perguntas sobre o que fazer com os recursos da economia da reforma da Previdência. Para o ministro, a reforma da Previdência é a primeira etapa para resolver o desequilíbrio fiscal e “consertar” a economia.
Ressaltou que a aprovação das reformas equivaleria a retirar os arpões da baleia e que essa agenda é suprapartidária. “O Brasil é uma baleia ferida arpoada várias vezes, que foi sangrando e parou de se mover. Precisamos retirar os arpões, consertar o que está equivocado. Não tem direita, nem esquerda. Precisamos consertar economia brasileira”, declarou o ministro, ao explicar que a reforma da tem três dimensões.
A primeira consiste em resolver o desequilíbrio fiscal do país por meio da economia de R$ 1,2 trilhão em 10 anos e retomar o crescimento; a segunda é a retomada dos investimentos privados, inclusive em áreas sociais como saúde, educação e saneamento; e a terceira, a remoção das desigualdades, por meio da retirada de privilégios, e a libertação das gerações futuras por meio do regime de capitalização.
Depois da reforma da Previdência, o governo pretende seguir com a reforma tributária na Câmara, e com a reforma do pacto federativo, no Senado. “Quem dará o tempo é a política. É como eu vislumbro. Quem decide são os políticos”. De acordo com o ministro, o governo decidiu dar prioridade à reforma da Previdência para corrigir desequilíbrios da economia, antes de entrar no que chamou de “agenda positiva”.
Guedes destacou que a proposta de reforma tributária vislumbra a criação de um imposto sobre valor agregado (IVA) federal que incidiria, com adesão facultativa dos estados e dos municípios, e a revisão de isenções, desonerações para determinados setores da economia e deduções no IR para famílias mais ricas. Sobre o pacto federativo, o governo pretende reduzir a fatia da União nas receitas de tributos, aumentando a repartição com os estados e os municípios (ABr).