Ao contrário de grande parte dos setores da economia, impactados negativamente pela pandemia, o segmento de vendas diretas se fortaleceu em 2020. De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas, o segmento gerou um volume de negócios de mais de R$ 50 bilhões, ou seja, 10,5% maior do que em 2019. Já a força de vendas também cresceu em 2020, com um aumento 5,5% na comparação anual, ultrapassando o número de 4 milhões de empreendedores independentes no Brasil.
A razão para o resultado positivo em meio à crise de saúde pública é explicada por uma nova expressão: social selling. As empresas já vinham investindo em digitalização, mas caminhavam a um ritmo mais lento. Com o advento do isolamento social causado pelo novo coronavírus, a divulgação e venda de produtos com apoio da internet foi fundamental.
Tendência para o ano, a digitalização veio para apoiar e marcar a inovação do processo da venda direta — divulgação, escolha e compra do produto — para a forma on-line, por meio de uma rede de relacionamento via redes sociais, que se conclui com a entrega do produto na casa do cliente, sem a necessidade de encontro físico.
“Já vínhamos investindo e incentivando a força de vendas para o uso de ferramentas digitais na divulgação e venda de produtos. Com a pandemia, o processo se acelerou e consolidou a possibilidade de se fazer a venda direta de forma digital.
O relacionamento, o cuidado e a relação de confiança típicos da venda direta podem acontecer on-line, com conquista de mais clientes e divulgação mais ampla de produtos. Nossos revendedores passaram a ser influencers, recomendando e indicando produtos para o consumidor. Se as relações estão cada vez mais digitais, a venda direta segue esse caminho e encontrou solo fértil para crescimento, mostrando força e resiliência”, explica Adriana Colloca, presidente da entidade.
Com a inovação da venda direta, o setor se consolidou como gerador de renda e oportunidades de trabalho e empreendedorismo em um momento financeiro delicado. Com taxas crescentes de desemprego e diminuição da renda, as pessoas encontraram na venda direta a chance de empreender com baixo risco e sem barreiras, levando produtos de qualidade à grande parte da população, isolada em suas residências. É esperado que esse movimento de digitalização se intensifique e abra novas perspectivas de atuação para os empreendedores individuais.
Pesquisa realizada pela Associação, em março de 2020, sobre o perfil dos empreendedores independentes da venda direta, constatou-se que 68,2% revendem produtos do mercado de cosméticos e cuidados pessoais e 20,6% do mercado de saúde e nutrição. Também mostrou que 57,8% se identificam como do sexo feminino e 42,2% do sexo masculino, e cerca de 51% da força de vendas tem renda familiar de até R$ 3.135,00. A renda proveniente da venda direta é, em média, 33% do orçamento familiar e 66% alegam que a atividade é uma fonte complementar de renda.
A atividade oferece oportunidades para todos, desde aqueles com nível universitário até quem tem menos estudo. Atualmente, 41% dos empreendedores já completaram o Ensino Superior e alguns são pós-graduados. Esse modelo de negócio também oferece oportunidades de empreendedorismo para todas as faixas etárias acima de 18 anos: hoje, a média de idade do empreendedor independente é de 31,9 anos.
Fonte e mais informações: ABEVD (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas).