Nanda Nogueira (*)
Lembre-se que para uma empresa ser inovadora, líderes e gestores de organizações precisam abraçar as mudanças necessárias como causas pessoais e sentir o incômodo com o status quo no dia a dia, ao invés de só incluir a indignação em discursos corporativos.
Manter os olhos fechados para as lacunas existentes no mundo dos negócios e apenas repetir a rota em modo automático trará prejuízos muito maiores do que uma pisada em falso. É preciso enxergar e reconhecer o oceano de distância entre a corporação que temos e a corporação que queremos: uma referência em inovação.
Assim, os negócios precisam olhar mais para os processos internos e menos para as dificuldades impostas, com isso separamos 3 lições que precisamos seguir para transformar as corporações.
- – É preciso contribuir com a formação de mão de obra qualificada – Como se não bastasse o quiet quitting, uma parte considerável dos profissionais contratados está cada vez mais propensa a dar adeus à carteira de trabalho caso as condições oferecidas não sejam as melhores.
No último ano, segundo a consultoria Gartner, 37,4 milhões de americanos pediram demissão — é um número 20% maior do que a média anual de antes da pandemia. Por outro lado, falta gente qualificada para desempenhar diversas funções. Pelas contas da McKinsey, o Brasil enfrentará uma carência de 1 milhão de profissionais da área da Tecnologia da Informação (TI) até 2030.
Ou seja, em vez de ficar lamentando a falta de engenheiros e de outros profissionais, as empresas precisam ajudar a formá-los.
- – Diversidade é um bom negócio – De acordo com uma análise já bem conhecida da consultoria McKinsey, companhias que abraçam a diversidade étnica e cultural costumam faturar até 33% a mais. A explicação beira o óbvio: com equipes que espelham a sociedade como ela é de fato, fica bem mais fácil lançar produtos e serviços que interessem a muito mais gente.
A Shell, por exemplo, descobriu que mais da metade de sua clientela é feminina. Se não tivesse mulheres em cargos de gestão, a rede talvez não daria tanta atenção à maneira como os frentistas se comportam — a ponto de criar uma forma de pagamento que as dispensa de descer do carro. O exemplo deixa claro que pontos de vista diferentes favorecem novas perguntas e decisões melhores.
- – Transformação digital é só o começo – As mudanças de comportamento impostas pela pandemia levaram incontáveis empresas a apostar, às vezes tarde demais, na digitalização — era isso ou entregar os pontos. Não dá para considerar como uma grande inovação o mero adeus a canais de vendas tradicionais.
É só um primeiro passo para o desenvolvimento de inovações realmente disruptivas. De acordo com um cálculo de Accenture, a priorização de uma agenda digital poderia expandir o PIB do país em até US$ 3,5 trilhões em 10 anos e a nossa renda per capita em 13%.
Então, vamos juntos desenvolver uma gestão estratégica de inovação que o seu negócio merece.
(*) – É CEO da Closedgap (https://closedgap.com/).