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Como a contabilidade pode prolongar a vida útil de uma empresa?

em Mais
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Regina Fernandes (*)

Quando falamos em vida útil de uma empresa, falamos em seguir boas práticas de administração, e, consequentemente, atingir os resultados esperados. Dentro desse contexto, a contabilidade serve como um instrumento de gestão estratégica do empresário, por gerar informações cruciais para a tomada de decisão.

Além de fazer o planejamento tributário, ela registra efetivamente a vida da empresa, entendendo quais as suas necessidades naquele momento por meio da análise dos relatórios contábeis e do DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) da organização, garantindo assim, uma vida útil sustentável.

Toda empresa possui um ciclo de vida. Nasce, cresce e, se não for bem administrada, corre o risco de morrer. E o contador é a chave desse processo, pois ele tem justamente o papel de apoiar o empresário na luta para que a empresa continue crescendo. Geralmente, as etapas desse ciclo são:

1 – Introdução: o ponta-pé inicial, quando é necessário organizar as instalações da empresa, contratar e treinar os colaboradores, comprar estoque e fazer planejamento estratégico. Nessa etapa, o contador busca orientar todo o processo burocrático de admissão, entendendo a melhor forma de contratação e de definição do modelo do contrato do funcionário. O planejamento estratégico também é uma importante tarefa da contabilidade, traçado por meio do provisionamento das despesas da empresa mês a mês.

2 – Crescimento: se dá quando as operações da empresa começam a gerar um resultado financeiro positivo e ela passa a ser conhecida no mercado, mesmo sem ser líder. A partir dessa fase, o contador obtém informações para comprovar se está havendo de fato o crescimento da empresa, por conta das análises dos relatórios contábeis. Ele irá gerar as informações para entender se aquilo que ele vê de resultado financeiro no caixa reflete do ponto de vista operacional contábil e se a empresa está conseguindo lucrar.

3 – Maturidade: a empresa já se sustenta sozinha, dispondo de uma clientela fiel e de uma boa fatia do mercado, sendo líder em alguns casos. Especialmente nesse momento, o contador vai analisar o planejamento tributário e entender se a empresa está no melhor regime ou não de acordo com as tendências fiscais do mercado. Dessa forma, ele pode auxiliar o empreendedor a ter a menor carga tributária com melhores resultados.

O contador também gera relatórios para verificar onde os recursos da organização estão sendo aplicados e fazer uma análise mais apurada do resultado efetivo. Vale lembrar ainda que, por meio dos dados levantados, o contador consegue dar à empresa um panorama de sua responsabilidade social em relação a questões como emissão de carbono, por exemplo.

4 – Declínio: eventualmente, se a empresa entra em uma fase de declínio decorrente de inúmeros fatores como produtos e serviços ultrapassados, concorrência acirrada, falta de capital de giro ou má administração, por exemplo, o apoio do contador pode ser fundamental para a empresa evitar a falência e reagir. Sendo assim, ele pode dar direcionamentos ao empresário de como gerir melhor os negócios, garantindo a saúde financeira.

O contador pode apoiar a empresa a partir de uma análise dos balanços da contabilidade, elaborando um planejamento financeiro estratégico com base nos números contábeis obtidos ao longo dos meses. Dessa maneira, pode-se analisar onde a empresa está tendo maior escoamento de dinheiro e, então, elaborar um plano de contingência sem prejudicar a operação. Logicamente, tudo isso só é possível com a contabilidade em dia.

(*) – É perita contábil, trainer em gestão, mentora e responsável técnica da Capital Social, escritório de contabilidade com 10 anos de atuação que tem como objetivo facilitar o dia a dia do empreendedor (https://capitalsocial.cnt.br/).