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Geral 31/08/2018

em Geral
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
Em 2019 temorario

Em 2019, satélite Brasil-China vai monitorar desmatamentos

O governo chinês e autoridades do setor aeroespacial brasileiro celebraram, na quarta-feira (29), na Embaixada da China, em Brasília, o 30º Aniversário da cooperação entre os dois países na área de satélites.

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A parceria, conhecida como Programa Cbers (sigla em inglês para Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), permitiu a produção de cinco satélites sino-brasileiros de recursos terrestres. Foto: Nasa -JPL/Caltech

A parceria, conhecida como Programa Cbers, permitiu a produção de cinco satélites sino-brasileiros de recursos terrestres. O sexto equipamento de sensoriamento remoto, o Cbers-4A, está previsto para ser lançado no ano que vem em Taiyuan, no país asiático.

Coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e pela Administração Nacional Espacial da China, o programa permitiu o desenvolvimento de um sistema completo de sensoriamento remoto (espacial e terrestre) para fornecimento de imagens a ambos os países e a mais de 20 nações da América do Sul, do sul da África e do Sudeste Asiático. O presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, destacou a iniciativa pioneira de cooperação em alta tecnologia entre dois países emergentes. “Tínhamos a necessidade de desenvolver satélites de observação da Terra. E fomos convidados pelos chineses para participar de um esforço coletivo”, disse.

O embaixador chinês Li Jinzhang ressaltou que os 30 anos da parceria na área espacial é “modelo exemplar da cooperação Sul-Sul”. Segundo ele, “o desenvolvimento conjunto de inovação tecnológica traz benefícios mútuos”. Para o embaixador chinês, o Cbers reforça a parceria estratégica global entre China e Brasil. O sexto satélite está em fase de testes e é desenvolvido em conjunto pelo Inpe e a China Academy of Space Technology (Cast).

Um dos pontos mais importantes do programa Cbers é a distribuição das imagens geradas pelos satélites, cobrindo as áreas ambiental e agrícola, e beneficiando não somente os estudantes universitários, mas toda a comunidade acadêmica, sendo que mais de 20 mil instituições brasileiras já receberam o material. A cooperação entre Brasil e China é apenas uma parte do ambicioso programa espacial que vem sendo executado pela China. Nos próximos 20 anos, a China pretende enviar um homem à lua e uma sonda a Marte. Esta sonda, segundo o plano espacial chinês, deve retornar à Terra com amostra do solo de Marte para pesquisas (AE).

Dois chineses são condenados durante ‘corrida de pombo-correio’

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As pombas deste tipo de corridas podem chegar a velocidades de voo de até 150 km por hora. Foto: Divulgação

Dois chineses envolvidos no esporte de corridas de pombos-correio – que movimenta grandes somas de dinheiro na China – foram condenados por tentar enganar os outros competidores levando seus pássaros escondidos em um trem de alta velocidade para chegar primeiro na linha de chegada, informa nesta quinta-feira a imprensa local. Os condenados, de sobrenome Gongo e Zhang, foram sentenciados a três anos de prisão, depois de ter escondido os pombos em caixas de leite para subir com eles em um trem e viajar 750 km até Xangai (leste), onde estava a meta, segundo relatou o jornal “Legal Daily”.

Os organizadores da corrida, com saída na cidade de Shangqiu (centro do país), começaram a suspeitar quando os quatro filhotes dos dois treinadores conquistaram os quatro primeiros lugares da competição, e com isso Gongo e Zhang levaram prêmios no valor de um milhão de iuanes (US$ 147 mil). Os dois condenados admitiram ter usado a rede ferroviária chinesa para que seus pombos “voassem” mais rápido do que outros, e devolveram o dinheiro ilegalmente obtido. Além disso, Gongo e Zhang foram acusados de ter quebrado outras regras da competição usando pombos de mais de um ano, frente às jovens de seus rivais.

A corrida foi disputada em abril, e segundo o “Legal Daily” os dois vigaristas demoraram um ano para planejar tudo. Eles domaram os pombos para que ao invés de voar desde Shangqiu até Xangai, fizessem um outro caminho para um local onde eles os esperavam para escondê-los e levá-los de trem. As pombas deste tipo de corridas podem chegar a velocidades de voo de até 150 km por hora, embora não suficiente para alcançar o ritmo dos trem-bala chineses, que podem chegar aos 350 km/h (Agência EFE).

ONU: Nobel da Paz deveria renunciar em Myanmar

O alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, afirmou que a conselheira de Estado de Myanmar, Aung San Suu Kyi, vencedora do Nobel da Paz em 1991, deveria “renunciar” por não ter impedido o massacre contra a minoria muçulmana rohingya e ainda ter defendido as Forças Armadas birmanesas.

A declaração foi dada à “BBC”, às vésperas da saída de Hussein do comando do Acnudh, que a partir de 1º de setembro será chefiado pela ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet. “Ela [Suu Kyi] estava na posição de fazer alguma coisa. Ela poderia ter ficado quieta ou, ainda melhor, poderia ter renunciado”, disse o alto comissário. Segundo Hussein, não havia necessidade de a Nobel da Paz ter se comportado como “porta-voz” do Exército.

“Ela poderia ter dito: ‘estou preparada para ser a líder do país, mas não sob essas condições. Obrigado, vou renunciar e voltar à prisão domiciliar”, sugeriu. Suu Kyi passou cerca de 16 anos em prisão domiciliar durante o regime militar em Myanmar, hoje governado oficialmente pelo civil Win Myint. A Nobel da Paz é a líder “de facto” do país, mas as Forças Armadas continuam exercendo poder e influência na política birmanesa.

De acordo com a ONU, os líderes militares de Myanmar tiveram “intenção genocida” ao perseguir e massacrar a minoria muçulmana rohingya, cujos membros são considerados “imigrantes” no país, que tem maioria budista. Mais de 700 mil rohingyas tiveram de fugir de Myanmar entre agosto e dezembro de 2017. A perseguição ocorreu sobretudo no estado de Rakhine, que faz fronteira com Bangladesh. Suu Kyi rechaçou as conclusões do relatório da ONU e negou a existência de uma limpeza étnica em Myanmar (ANSA).

Cerca de 4 milhões de crianças refugiadas estão fora da escola

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No final de 2017, havia mais de 25,4 milhões de pessoas refugiadas no mundo. Mais da metade formada por crianças, 7,4 milhões deles em idade escolar. Foto: Divulgação/Acnur

Aproximadamente quatro milhões de crianças refugiadas no mundo não frequentam a escola, o que representa meio milhão a mais de menores de idade sem acesso à educação em apenas um ano, denunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em um novo relatório. O estudo “Inversão da tendência: Educação dos Refugiados em Crise” publicado pela organização, revela que, apesar dos esforços dos governos, do ACNUR e organizações parceiras, a matrícula de crianças refugiadas na escola não consegue acompanhar o ritmo do aumento da população refugiada.

No final de 2017, havia mais de 25,4 milhões de pessoas refugiadas no mundo, 19,9 milhões das quais estavam sob a tutela do ACNUR. Mais da metade desta população era formada por crianças, 7,4 milhões deles em idade escolar, indicou o relatório. No entanto, apenas 61% das crianças refugiadas frequentam o ensino fundamental, em comparação com uma taxa de matrícula global de 92%. À medida que as crianças crescem, esta lacuna se aprofunda, já que quase dois terços que vão à escola primária não conseguem se matricular no ensino médio.

Apenas 23% delas vão a um instituto de educação do ensino médio, em comparação com uma taxa mundial de 84%, explica o relatório. Já no ensino superior, essa lacuna se transforma em um abismo, indica a organização da ONU. A taxa global de matrículas em instituições de ensino superior é de 37%, enquanto apenas 1% dos refugiados tem acesso às mesmas oportunidades de educação, um dado que não mudou nos últimos três anos. “A educação é um meio para ajudar as crianças a curar, mas também é essencial para a reconstrução do seu país”, afirmou em comunicado, alto comissário da ONU para os refugiados, o italiano Filippo Grandi.

“A escola é o primeiro lugar em meses e até anos em que meninas e meninos refugiados podem encontrar um pouco de normalidade”, manifestou Grandi. “De acordo com as tendências atuais, a menos que se façam investimentos urgentes, outras centenas de milhares de crianças refugiadas se juntarão a essas estatísticas desanimadoras”, insistiu. A agência da ONU pede o estabelecimento das alianças mais fortes com o setor privado, organizações humanitárias e de desenvolvimento, e governos, a fim de aumentar as soluções sustentáveis para a educação de refugiados (Agência EFE).

OEA convoca reunião sobre crise migratória

A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou para o próximo dia 5, em Washington, uma sessão extraordinária de seu conselho permanente para “examinar a crise migratória originada da situação na Venezuela”.

O encontro foi pedido pelo secretário-geral da OEA, Luis Almagro, já ofendido em diversas ocasiões pelo presidente Nicolás Maduro, e também reunirá representantes da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

A OIM diz que 1,6 milhão de venezuelanos deixaram o país desde 2015, em função da crise política, econômica e social, e 90% dessas pessoas fugiram para nações da América do Sul, como Colômbia, Peru, Equador e Brasil. A emergência humanitária na região já é comparada pela ONU à crise migratória no Mar Mediterrâneo (ANSA).