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Geral 29/09/2017

em Geral
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Os médicos Francisco Hideo Aoki e Felipe Monte Cardoso.

Especialistas alertam para explosão do número de casos de sífilis no país

Os médicos Francisco Hideo Aoki e Felipe Monte Cardoso.O Brasil registrou, nos últimos anos, um aumento vertiginoso de casos de sífilis, doença infectocontagiosa causada pela bactéria Treponema pallidum

Valerio Paiva/Jornal da Unicamp

Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença, em sua forma adquirida – contraída a partir de relações sexuais sem proteção –, teve um crescimento de 5.174% entre 2010 (1.249 casos) e 2015 (65.878 notificações). Já a forma congênita, transmitida durante a gravidez, teve um aumento de 851% entre 2005 (3.508 casos) até 2015 (33.381). Os números de 2016 e 2017 ainda não foram tabulados pelo Ministério.
As notificações, que passaram a ser obrigatórias a partir de 2005 (congênitas) e 2010 (adquiridas), ajudaram a mapear o crescimento de casos de sífilis e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Entre as causas do aumento no número de pessoas que contraíram a doença, as hipóteses mais prováveis, segundo os especialistas, são a diminuição do uso de preservativos entre a população mais jovem, o despreparo de profissionais e a falta de políticas públicas adequadas no campo da educação sexual para essa parcela da população.
Segundo dados da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira 2016, do Ministério da Saúde, 45% da população sexualmente ativa do país não usou preservativo nas relações sexuais casuais nos últimos 12 meses. A escassez da produção por parte de laboratórios farmacêuticos do antibiótico penicilina benzatina, a popular benzetacil, é outra hipótese levantada para a explosão de casos da doença.
Para o infectologista Francisco Hideo Aoki, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Medicas (FCM) da Unicamp, “a guarda está baixada”, e falhas nos programas de educação acerca do uso adequado de preservativos aumentam os riscos de proliferação da doença. “Apesar de o sistema público fazer distribuição gratuita de preservativos entre jovens e adultos, o índice de utilização não é muito elevado. E isso faz com que aumentem os riscos para todas as DSTs, incluída a sífilis”.
Felipe Monte Cardoso, médico de família e professor do Departamento de Medicina de Família e Comunidade da Faculdade de Medicina da UFRJ, avalia ser necessário entender o que leva jovens a terem comportamentos que ajudam na disseminação de DSTs. “Em minha experiência com adolescentes como médico da família em uma comunidade pobre no Rio de Janeiro, constatei que muitos não entendem o que são doenças sexualmente transmissíveis, seus riscos e respectivas formas de transmissão. Muitas vezes, os serviços de saúde não estão capacitados para dialogar com isso”.
A manifestação da sífilis adquirida se dá por meio de feridas no local de entrada da bactéria no corpo, levando posteriormente a causar manchas no corpo. Em sua fase avançada, a doença leva ao aparecimento de lesões na epiderme, olhos e sistemas cardíaco e neurológico, podendo levar a morte. No caso da sífilis congênita, a infecção ocorre ainda no útero da mãe, podendo levar a má formação do feto, aborto e morte.Ambas as formas da doença são tratáveis se diagnosticadas a tempo. A contenção da doença pode ser feita a partir do uso de preservativos e outras formas de relações sexuais seguras. O tratamento deve ser feito com o uso da benzetacil.

EUA acolherão no máximo 45 mil refugiados em 2018, menor nível desde 1980

O limite máximo foi estabelecido levando em conta a “segurança do povo americano”, segundo fontes do governo.

Os Estados Unidos (EUA) pretendem admitir o limite máximo de 45 mil refugiados no ano fiscal 2018, o menor número estabelecido desde 1980, uma redução que o governo de Donald Trump justificou, em parte, pela necessidade de garantir “a segurança do povo americano”. O Departamento de Estado dos EUA enviou ontem (28) ao Congresso o número máximo de refugiados que o governo poderá admitir no ano fiscal que começa em 1º de outubro e termina em 30 de setembro de 2018.
“Admitiremos até 45 mil refugiados de todo o mundo no ano fiscal 2018”, informou, em entrevista por telefone, um alto funcionário americano, que pediu anonimato. Por regiões, os Estados Unidos aceitarão o máximo de 1.500 refugiados procedentes da América Latina e do Caribe, uma queda notável em relação ao limite de 5 mil que o governo do ex-presidente Barack Obama estabeleceu para o atual ano fiscal. Da África poderão chegar até 19 mil refugiados (frente aos 35 mil deste ano fiscal), enquanto que do Oriente Médio e do Sul da Ásia será admitido o limite máximo de 17 mil (perante os 40 mil do atual período).
Por último, os Estados Unidos poderão receber um máximo de 5 mil refugiados do Leste da Ásia (frente aos 12 mil anteriores) e o limite de 2 mil procedentes da Europa e do centro da Ásia (frente aos 4 mil do atual ano fiscal). Esses níveis são os mais baixos desde que o programa de refugiados dos Estados Unidos foi estabelecido em 1980. Eles foram fixados após intenso debate entre as agências do governo, durante o qual um dos assessores de Trump, Stephen Miller, chegou a defender a redução do limite até 15 mil, segundo o jornal The New York Times.
Os Estados Unidos admitiram cerca de 85 mil refugiados no ano fiscal 2016, e Obama estabeleceu para o período atual, de 2017, o limite de 110 mil refugiados, ainda que na prática tenham sido admitidos “cerca de 54 mil”, segundo o funcionário que falou hoje à imprensa. Trump, que durante a campanha eleitoral de 2016 criticou a política para os refugiados e alertou que alguns poderiam ser terroristas, proibiu temporariamente a entrada no país da grande maioria dos refugiados do mundo durante 120 dias, dentro do seu veto migratório.
A fonte disse que o limite máximo foi estabelecido levando em conta a “segurança do povo americano”, e lembrou que, apesar da redução, os Estados Unidos seguem como “o país que mais acolhe refugiados”, na frente do Canadá (Agência EFE).

China ordena fechamento de empresas norte-coreanas

O Ministério de Comércio da China deu 120 dias para que empresas norte-coreanas finalizem suas operações no país a partir de ontem (28). A medida é mais uma aplicação das novas sanções aprovadas por unanimidade pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas no último dia 12. A decisão foi publicada no site do Ministério e também atinge aquelas empresas que tem sociedade mista entre empresários chineses e norte-coreanos.
As últimas sanções aplicadas pela ONU são consideradas as mais pesadas já definidas. Entre as principais medidas, estão a limitação da exportação de petróleo e derivados para a Coreia do Norte e a proibição de importar produtos têxteis de Pyongyang. As duas medidas já estão sendo aplicadas pelos chineses, os principais aliados do regime de Kim Jong-un (ANSA).

‘Templo de Hércules’ será reaberto em Tivoli

O templo de Hércules de Tivoli reabrirá suas portas ao público.

Após séculos de abandono e anos de restauração, o templo de Hércules, localizado em Tivoli, na província de Roma, será reaberto ao público em todos os fins de semana a partir deste sábado (30). Segundo o diretor do santuário, Andrea Bruciati, a partir de março de 2018 está prevista a abertura diária do local.
“Estamos nos concentrando em uma abordagem diferente, uma vida de empenho na arte contemporânea para entender a metamorfose do templo que há dois mil anos continua vivendo as suas estratificações e suas contradições. Nosso desafio é esse, criar um modelo de cultura sustentável”, disse Bruciati. O último processo de restauração do local começou em 2011, com um financiamento de 15 milhões de euros, sendo sua maior atração o teatro romano de 700 lugares, que também foi revitalizado.
A estrutura está localizada em uma colina de 235 metros de altura, o que permite ver até a cidade de Roma. Famoso no período do Império Romano, o templo de Hércules foi construído entre os séculos I e II a.C. em homenagem ao herói grego, patrono da cidade de Tivoli (ANSA).

Após derrota para PSG, Ancelotti é demitido do Bayern

O treinador italiano Carlo Ancelotti foi demitido ontem (28) do Bayern de Munique, confirmou a diretoria do clube. O anúncio ocorre após a derrota por 3 a 0 para o Paris Saint-Germain (PSG) pela Liga dos Campeões na quarta-feira (27). Em terceiro lugar no Campeonato Alemão e não apresentando um futebol convincente, a diretoria equipe bávara cogitava a saída de Ancelotti antes mesmo da goleada sofrida diante do PSG.
Para substituir o italiano, o Bayern deverá colocar o auxiliar técnico Willy Sagnol, que já esteve na função após a saída de Pep Guardiola em 2016. É previsto que o ex-jogador francês fique no comando da equipe alemã até o próximo verão, quando o atual técnico do Hoffenheim, Julian Nagelsmann, deve ser apresentado no Bayern.
“O desempenho de nossa equipe desde o início da temporada não atendeu às expectativas. O jogo em Paris mostrou claramente que devemos tirar algumas lições. Gostaria de agradecer a Carlo pela cooperação e lamentar o desenvolvimento que acabou se tomando. Carlo é meu amigo e continuará sendo, mas tivemos que tomar uma decisão profissional”, explicou Karl-Heinz Rummenigge, CEO do Bayern. Ancelotti assumiu o clube alemão em 2016 e tinha contrato até junho de 2019. Segundo a mídia italiana, o comandante já é especulado no Milan (ANSA).