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Geral 27/11/2018

em Geral
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
ONU temproario

ONU: seis mulheres são vítimas de feminicídio a cada hora

Um total de 137 mulheres foram vítimas a cada dia de assassinatos em 2017, seis por hora, cometidos pelos seus companheiros, ex-maridos ou familiares, quase sempre homens, segundo um relatório publicado pelas Nações Unidas

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58% de todos os assassinatos de mulheres em 2017 foram cometidos por companheiros ou familiares.  Foto: IStock/Getty Images

“No mundo todo, em países ricos e pobres, em regiões desenvolvidas e em desenvolvimento, um total de 50 mil mulheres são assassinadas todo ano por companheiros atuais ou passados, pais, irmãos, mulheres, irmãs e outros parentes, devido ao seu papel e a sua condição de mulheres”, denuncia o relatório.
O documento, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (Onudd), indica que 58% de todos os assassinatos de mulheres em 2017 foram cometidos por companheiros ou familiares, o que faz com que o lar seja o ‘lugar mais perigoso para as mulheres’. “As mulheres continuam pagando o mais alto preço como resultado dos estereótipos de gênero e desigualdade”, afirma o documento “Assassinato de gênero de mulheres e meninas”.
O relatório indica que os assassinatos de mulheres por parte dos seus companheiros ‘é frequentemente a culminação de uma violência de longa duração e pode ser prevenida’. A ONU considera que um “aspecto crucial” para enfrentar o problema é envolver os homens na luta contra o feminicídio e “desenvolver normas culturais que se afastem da masculinidade violenta e dos estereótipos de gênero”.
Entre outros assuntos, se menciona como uma boa política de prevenção a “educação precoce de meninos e meninas, que promova a igualdade de gênero e ajude a quebrar os efeitos negativos dos papéis de gêneros estereotipados” (Agência EFE).

Conferência vai abordar assistência a brasileiros no exterior

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Embaixadora Luiza Lopes conta que as irregularidades ocorrem em diversas partes do mundo. Foto: José Cruz/ABr

A comunidade brasileira no exterior, estimada em 3 milhões de pessoas espalhadas por cerca de 50 países, enfrenta, muitas vezes, dificuldades na imigração relacionadas a tráfico de pessoas, exploração de mão de obra, violência de gênero e problemas de saúde mental. Para melhorar a assistência a brasileiros que passam por situação de risco no exterior, o Itamaraty promove em Brasília a 1ª Conferência sobre Assistência Consular: Tráfico de Pessoas, Violência de Gênero e Problemas Correlatos, de hoje (27) a quinta-feira (29).
Participam dos debates psicólogos da rede consular, funcionários de consulados, além de acadêmicos. O encontro é promovido em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) e a União Europeia. Segundo a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, embaixadora Luiza Lopes da Silva, a pasta identificou que os problemas são mais recorrentes em nove países da Europa, Estados Unidos, Canadá, Guiana Francesa, Guiana e Suriname, Japão, Austrália e Líbano.
Na América do Sul, os casos mais graves envolvem tráfico de pessoas, exploração de trabalhadores e violência de gênero no chamado Arco das Guianas por causa do garimpo. “Temos pelo menos 30 mil garimpeiros brasileiros ali e atrás deles vem toda uma comunidade brasileira para fornecer serviços e comércio de todo tipo incluindo prostituição”, disse a diplomata.
Nos Estados Unidos, com cerca de 1,1 milhão de brasileiros, a maioria dos problemas que chega aos postos consulares está relacionada à violência doméstica, com predomínio de mulheres brasileiras casadas com estrangeiros, e à exploração da mão de obra. “A falta de proficiência no idioma, incapacidade de se colocar no mercado de trabalho, dependência financeira, falta de rede de apoio e os choques culturais com a família do cônjuge trazem vulnerabilidade à mulher. Uma vulnerabilidade adicional é se houver filhos menores, o que impede o divórcio e o retorno ao Brasil”, diz Luiza Lopes (ABr).

Pesquisador chinês cria bebês resistentes ao HIV

Um pesquisador chinês revelou ontem (26) que ajudou a criar bebês resistentes ao vírus do HIV. Os gêmeos teriam nascido no mês passado, com o DNA modificado graças a uma nova técnica de engenharia genética chamada Crispr, um “potente instrumento” que reescreve o código genético. Um cientista americano, que alega ter colaborado com o trabalho do pesquisador He Jiuankui, contou que foi utilizada uma técnica de edição genética vetada nos Estados Unidos.
As mudanças genéticas são o temor do mundo científico, porque arriscam causar danos a outros genes. Caso essa descoberta seja comprovada, trata-se de um salto do ponto de vista científico. He Jiuankui disse que alterou os embriões de sete casais durante o tratamento de fertilidade, com somente uma gravidez resultada até o momento. O seu objetivo era atribuir a capacidade de resistir a possíveis infecções por HIV, vírus causador da Aids.
A pesquisa não foi publicada em periódicos independentes da área, e alguns cientistas denunciaram o experimento. Os resultados não foram confirmados por pesquisadores, mas somente declarados em uma conferência internacional sobre edição de genes pelo próprio He Jiuankui. O experimento, que vem descrito em um documento da Universidade de Ciência e Tecnologia, da cidade chinesa de Shenzen, intervém no principal receptor no qual se liga o vírus HIV, o CCR5.
A pesquisa foi noticiada pela revista do Instituto americano de Massachusetts, o MIT, onde se lê que fora conduzida com o consenso do Comitê Ético. He Jiuankui disse que os pais envolvidos não quiseram ser identificados ou entrevistados, por isso, não se sabe onde eles moram ou onde o trabalho foi feito (ANSA).