Especialistas defendem políticas voltadas à infância para reduzir desigualdades
No Brasil, os donos das seis maiores fortunas detêm a mesma riqueza e patrimônio que os 100 milhões de brasileiros mais pobres
Tamanha desigualdade gera impactos em toda a sociedade, e os mais afetados são as crianças, cujas necessidades nem sempre são consideradas no momento da elaboração das políticas. A avaliação é de especialistas reunidos no 7º Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, que está sendo realizado em Fortaleza. Os dados preocupam: 74% dos domicílios com crianças de até 3 anos estão na faixa de rendimento domiciliar per capita de até um salário mínimo, segundo dados do IBGE. A situação impacta diretamente o acesso à educação: 75% das crianças com menos de 4 anos não frequentam creche ou escola. “Não é possível desenvolver uma cidade ou um país sem investimento na primeira infância, porque a desigualdade começa logo no início da vida”, afirmou o presidente do Conselho dos Curadores da Fundação Marília Cecília Vidigal, Dario Guarita Neto. Crianças pobres aprendem 500 palavras a menos do que as que foram corretamente estimuladas ao longo da vida. No futuro, essa criança ganhará, em média, 25% a menos do que las que foram corretamente estimuladas, disse Dario Guarita. Além dos baixos níveis educacionais, a desigualdade e a falta de cuidados na primeira infância contribuem para o aumento de doenças crônicas e o atraso no desenvolvimento das capacidades desses indivíduos, ressaltou a gerente de Parcerias para o Setor Privado do Pnud, a antropóloga Luciana Aguiar. Ela defende prioridade de investimentos nesse segmento populacional com vistas à redução da desigualdade. De acordo com Luciana, a cada dólar investido em políticas públicas voltadas para crianças na faixa etária até 6 anos, economizam-se US$ 7 em políticas de compensação e de assistência social. “Você consegue reduzir os impactos de gestão pública de longo prazo”, acrescenta Luciana. O pediatra Daniel Becker, professor do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ, considera o investimento na infância uma forma de pré-redistribuição de renda, que, por isso, deve ser visto como prioridade. “Esse imperativo vale mesmo em um cenário de escassez, como estamos vivendo agora”, pois “a desigualdade é a maior causa de sofrimento e adoecimento no Brasil e no mundo”. De acordo com Becker, quanto mais precoce o investimento, maior a taxa de retorno que a sociedade terá (ABr). |
Trump rejeita necessidade de maior controle de armas nos EUAO presidente americano, Donald Trump, rejeitou ontem (7) a necessidade de iniciar um debate sobre o controle de posse de armas nos Estados Unidos e disse que com mais restrições as vítimas do ataque no Texas poderiam ter sido centenas. “Se aquele homem não tivesse uma arma e não tivesse disparado contra o atirador, as vítimas poderiam ser centenas”, disse Trump em referência ao residente de Sutherland Springs (Texas) que, armado com seu próprio fuzil, enfrentou o homem que abriu fogo em uma igreja matando 26 pessoas e que se suicidou depois. O líder da Casa Branca encerrou assim as perguntas sobre uma modificação de lei por causa do pior massacre da história do Texas em entrevista coletiva em Seul, onde afirmou que “o estado com mais controles de armas é Chicago e é um desastre”. Trump, que realiza uma visita oficial à Coreia do Sul, ofereceu uma entrevista coletiva junto ao seu colega, Moon Jae-in, na qual voltou a defender sua postura com relações às armas. O líder americano já havia afirmado no dia anterior em Tóquio que o ataque ocorreu devido a “um problema de saúde mental de alto nível” e não de armas, declarações que geraram grande polêmica. No total, 26 pessoas morreram e 20 ficaram feridas no domingo quando participavam de um evento em uma igreja batista da cidade de Sutherland Springs pelos disparos que um homem fez no interior do recinto. O massacre foi perpetrado por Devin Kelley, um ex-soldado de 26 anos que foi expulso da Força Aérea por má-conduta e que se suicidou após ser atingido por um morador Stephen Willeford (ABr/EFE). Papa Francisco recebe líder sunita no VaticanoO papa Francisco recebeu ontem (7), no Vaticano, o imã Ahmad al-Tayyib, líder da Universidade al-Azhar, o centro de estudos mais importante do islã sunita. O Pontífice e o chefe da prestigiada universidade do Cairo já tinham se encontrado no dia 23 de maio de 2016, no Vaticano, e se reunido também durante uma visita do líder católico ao Egito, em 28 de abril deste ano. Naquele dia, durante um fórum pela paz, os dois se comprometeram a colaborar para a paz no mundo e de desempenhar um papel de pacificação em suas religiões, unindo-se contra o extremismo religioso. O primeiro encontro entre os dois, em 2016, marcou a retomada do diálogo entre a Igreja Católica e al-Azhar, que havia sido interrompido pelos muçulmanos em 2011 por conta de afirmações feitas pelo então papa Bento XVI em defesa dos cristãos coptas, uma minoria muito perseguida por extremistas islâmicos. No entanto, apesar do diálogo oficial ter sido interrompido, em março de 2014, um representante de al-Azhar, Mahmoud Azab, foi enviado ao Vaticano para um encontro inter-religioso e assinou um documento se comprometendo a lutar contra o tráfico de pessoas (ANSA). | Puigdemont: ‘preparado’ para extradição e prisãoO ex-presidente da região autônoma da Catalunha, Carles Puigdemont, confessou ontem (7) que está “preparado” para “terminar nas prisões espanholas” caso a Bélgica conceda sua extradição. Puigdemont acusou o governo espanhol de ter destituído seu governo “em um golpe ilegal”, mas fez um apelo para que os partidos políticos da Catalunha apresentem uma candidatura única nas eleições regionais de 21 de dezembro. Puigdemont, que promoveu um plebiscito pela independência da Catalunha e gerou uma crise política com Madri, foi retirado do cargo no mês passado. Ele e outros quatro secretário foram enquadrados no artigo 155 da Consitutição espanhola, usado por Madri para suspender a autonomia da Catalunha. O ex-presidente buscou refúgio na Bélgica e se entregou à polícia, mas foi solto sob medidas cautelares. Ele deve comparecer em sua primeira audiência judicial no próximo dia 17. A Espanha pede sua extradição, porém, Puigdemont garantiu que levará o caso ao Tribunal Europeu de Estrasburgo de Direitos Humanos. Enquanto isso, a União Europeia ( UE) continua defendendo a manutenção da Espanha com suas configurações atuais. A posição do bloco é estratégica, já que movimentos separatistas ameaçam a manutenção da própria UE, como ocorrera com a saída do Reino Unido. O presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, comentou que o governo espanhol não está violando os direitos de Puigdemont, pois ele mesmo “não respeitou a Constituição e infringiu as leis”. A declaração foi dada hoje, no dia em que 200 prefeitos da região da Catalunha estão em Bruxelas para defender as aspirações de independência (ANSA). TRF4 reduz pena de Gim Argello e de outros condenadosO Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre, reduziu ontem (7) a pena do ex-senador Gim Argello (DF)na Lava Jato, de 19 anos para 11 anos e 8 meses de reclusão. Argello foi condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, em outubro do ano passado, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução das investigações. Ao julgar o recurso do ex-senador, ontem, os desembargadores do TRF4 entenderam que o crime de obstrução das investigações não estaria caracterizado por conta própria, sendo parte dos delitos de corrupção, motivo pelo qual retiraram a pena referente àquele crime. Argello foi considerado culpado por pedir cerca de R$ 30 milhões às empreiteiras OAS e UTC Engenharia, dos quais ao menos R$ 5 milhões foram pagos, em troca de não convocar diretores das empresas para depor na CPMI da Petrobras, em 2014. O valor recebido, segundo a sentença de Moro, foi utilizado na campanha eleitoral do mesmo ano. No mesmo julgamento de recursos, o TRF4 reduziu as penas do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, de 8 anos e 2 meses para 5 anos e 6 meses. O empreiteiro Ricardo Pessoa teve a pena reduzida de 10 anos e 6 meses para 7 anos, enquanto a pena do diretor Walmir Pinheiro passou de 9 anos e 8 meses para 6 anos e 2 meses. Esses dois eram executivos da UTC Engenharia (ABr). |