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Geral 04/09/2018

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segunda-feira, 03 de setembro de 2018
Bicentenario te3mproario

Bicentenário, saiba o que Museu Nacional guardava

O Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, como é conhecido, fica instalado no bairro imperial de São Cristovão, zona norte da cidade, e reúne mais de 20 milhões de itens, divididos em coleções de paleontologia, zoologia, botânica, antropologia, arqueologia, entre outras.

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Um dos mais importantes itens era um fóssil humano Luzia, que morreu entre 20 e 25 anos e seria a habitante mais atinga das Américas. Foto: Divulgação

O lugar já foi residência oficial da família imperial brasileira. O diretor de Preservação do Museu Nacional do Rio de Janeiro, João Carlos Nara, afirmou que o incêndio causou um “dano irreparável” ao acervo e à pesquisa nacional, mas ainda não é possível saber o que foi destruído.

Um dos mais importantes itens era um fóssil humano, achado em Lagoa Santa, em Minas, em 1974. Batizado de Luzia, fazia parte da coleção de antropologia. Trata-se do fóssil de uma mulher que morreu entre 20 e 25 anos e seria a habitante mais atinga das Américas. Outra preciosidade era o maior meteorito já encontrado no Brasil, chamado de Bendegó e pesa 5,36 toneladas. A pedra tem mais de 4 bilhões de anos. O meteorito foi achado em 1784, no sertão da Bahia, na localidade de Monte Santo. Dom Pedro arrematou em 1826 a maior coleção de múmias egípcias da América Latina. São múmias de adultos, crianças e também de animais, como gatos e crocodilos. A maioria das peças veio da região de Tebas.

Fundado por Dom João VI em 6 de junho de 1818 sob a denominação de Museu Real, o museu foi instalado no Campo de Santana, reunindo o acervo legado da antiga Casa de História Natural, popularmente chamada “Casa dos Pássaros”, criada em 1784 pelo Vice-Rei Dom Luís de Vasconcelos e Sousa, além de outras coleções de mineralogia e zoologia. A criação do museu visava a atender aos interesses de promoção do progresso sócio-econômico do país através da difusão da educação, da cultura e da ciência. Ainda no século XIX, notabilizou-se como o mais importante museu do seu gênero na América do Sul. Foi incorporado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1946.

O Museu Nacional abrigava um vasto acervo com mais de 20 milhões de itens, englobando alguns dos mais relevantes registros da história brasileira no campo das ciências naturais e antropológicas, bem como amplos e diversificados conjuntos de itens provenientes de diversas regiões do planeta, ou produzidos por povos e civilizações antigas.

Formado ao longo de mais de dois séculos por meio de coletas, escavações, permutas, aquisições e doações, o acervo é subdividido em diversas coleções. É a principal base para as pesquisas desenvolvidas m todas as regiões do país e em outras partes do mundo, incluindo o continente antártico. Possui uma das maiores bibliotecas especializadas em ciências naturais do Brasil, com mais de 470.000 volumes e 2.400 obras raras.

Imprensa internacional repercute incêndio no Museu Nacional

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O jornal italiano “Corriere della Sera” diz que foram perdidos “dois séculos de história”. Foto: Mauro Pimerntel/AFP

O incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro repercutiu na imprensa do mundo inteiro, que deu amplo destaque às chamas que destruíram a mais antiga instituição cultural do Brasil. A rede britânica “BBC” colocou a notícia em primeiro plano em sua homepage, com o título “Corte de recursos culpado por grande incêndio em museu no Rio”. Por sua vez, o jornal italiano “Corriere della Sera” diz que foram perdidos “dois séculos de história”.

No argentino “Clarín”, a notícia do incêndio aparece ao lado dos escândalos de corrupção envolvendo a ex-presidente Cristina Kirchner. “Tragédia no Rio de Janeiro”, diz o diário, que cita as “oito maravilhas” perdidas no fogo, como o crânio de Luzia, fóssil de Homo sapiens mais antigo das Américas. Oficialmente, no entanto, ainda não há um levantamento dos itens destruídos pelas chamas.

O jornal português “Público” também dá amplo destaque ao incêndio e diz que o governo brasileiro está sendo acusado de “negligência e abandono”. O espanhol “El País”, por sua vez, destaca que o fogo consumiu “um dos mais antigos” museus do Brasil. O jornal norte-americano “The Washington Post” ressalta os 200 anos de história do Museu Nacional.

Essa é a segunda vez em poucos dias que o Brasil aparece com destaque na imprensa internacional. A outra foi entre sexta (31) e sábado (1º), com a impugnação da candidatura a presidente de Lula, mas em algumas publicações o incêndio recebeu atenção até maior do que a decisão do TSE (ANSA).

Travessias do Mediterrâneo estão mais perigosas

A agência das Nações Unidas para refugiados (Acnur) alertou ontem (3) que as viagens de migrantes pelo Mar Mediterrâneo estão mais “perigosas”, apesar da queda no número de travessias em 2018. De acordo com o relatório “Viagens desesperadas”, a cifra absoluta de vítimas diminuiu de 2.276 para 1.095 nos oito primeiros meses do ano (-51,9%), mas a quantidade relativa subiu de uma morte a cada 42 pessoas que conseguem completar a travessia para uma a cada 18 chegadas.

O mês de junho foi o mais fatal, com um falecimento para cada sete deslocados internacionais que desembarcaram na União Europeia em segurança. A Organização Internacional para as Migrações (OIM), por sua vez, já contabiliza 1.549 migrantes mortos ou desaparecidos no Mediterrâneo em 2018, queda de 39,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na Itália, o número de deslocados internacionais resgatados caiu de 99,8 mil para 20,2 mil, uma redução de quase 80%. “As ONGs desapareceram, talvez seja sorte… Para mim, algo foi feito”, declarou o ministro do Interior Matteo Salvini, que endureceu as políticas de acolhimento do país e proibiu o desembarque de navios de ONGs (ANSA).

Myanmar condena jornalistas que revelaram limpeza étnica

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Wa Lone é acompanhado por policiais em Yangon, Myanmar. Foto: EPA

Um tribunal de Myanmar condenou ontem (3) dois jornalistas da agência “Reuters” a sete anos de cadeia por posse ilegal de documentos oficiais.
Os réus são os repórteres Wa Lone e Kyaw Soe Oo, que no ano passado denunciaram as perseguições do Exército birmanês contra a etnia muçulmana rohingya no estado de Rakhine, forçando o êxodo de mais de 700 mil pessoas para Bangladesh.

Ambos foram condenados por violação da “Lei dos Atos Secretos”, que prevê penas de até 14 anos de prisão, mas se dizem inocentes e vítimas de uma armação da polícia. Segundo seu relato, eles receberam documentos de dois policiais em um restaurante de Yangon e logo depois foram presos por outros agentes. Um policial chegou a testemunhar em favor dos jornalistas e a revelar que seu comandante ordenara a armadilha, mas acabou preso por violar normas das forças de segurança.

Hoje é um dia triste para Myanmar, para Wa Lone e Kyaw Soe e para a informação”, disse o diretor da “Reuters”, Stephen J. Adler. “Esses dois admiráveis jornalistas já passaram ao menos nove meses na prisão com acusações falsas, concebidas para calar sua atividade e intimidar a imprensa”, acrescentou. A conselheira de Estado de Myanmar, Aung San Suu Kyi, líder “de facto” do país e vencedora do Nobel da Paz por sua luta pela democracia, não se pronunciou sobre a sentença.

Ela também é acusada de conivência com os expoentes militares que promoveram o massacre contra os rohingyas. Segundo um relatório do Conselho para os Direitos Humanos da ONU, o Exército birmanês teve “intenção genocida” ao perseguir a minoria, cujos membros são considerados “imigrantes” em Myanmar (ANSA).

Argentina reduz número de ministérios

Agência Brasil

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou ontem (3) que vai cortar pela metade o número de ministérios e criar um imposto sobre as exportações. O intuito das medidas é reduzir a zero o déficit fiscal do país em 2019. Com essa proposta, o ministro da Fazenda, Nicolas Dujovne, viaja a Washington para começar a renegociar hoje (4) o acordo que fechou com o FMI em junho e que – diante da nova crise cambial – precisa rever.

Macri fez o pronunciamento em cadeia nacional de televisão, antes da abertura dos mercados financeiros e depois de uma semana de alta volatilidade, em que o peso perdeu 25% de seu valor em relação ao dólar norte-americano. Ele disse que “os últimos cinco meses foram os mais difíceis” da sua vida desde 1991 (quando foi sequestrado em troca de resgate), mas que o país vive uma “emergência” e a única alternativa é o ajuste.

“Vamos pedir uma contribuição maior aos que têm mais capacidade – os que exportam na Argentina”, disse. Com as novas medidas, os exportadores de produtos primários (entre eles, grãos e minérios) vão pagar ao governo quatro pesos para cada dólar. Os exportadores dos demais produtos pagarão uma taxa menor, de três pesos para cada dólar obtido.