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Farinha de grilo como alimento humano

em Geral
terça-feira, 30 de janeiro de 2024

A empresa Nutrinsect, localizada em Montecassiano, na província de Macerata, é a primeira e única empresa italiana autorizada a produzir, processar e comercializar, para uso alimentar humano, a farinha de grilo. A farinha liofilizada, por lei, deve ser obrigatoriamente chamada de “pó de acheta domesticus”.

A autorização para a empresa da região de Marcas foi concedida após a União Europeia ter deliberado pela comercialização do produto em 2022 e a autorização para venda em 2023. “Estamos abrindo uma nova página na história da alimentação. Após 10 anos de trabalho árduo, com milhares de horas de pesquisa, alcançamos um marco muito importante.

Conseguimos lançar no mercado um produto 100% Made in Italy, e principalmente saudável e muito saboroso”, disse o CEO Josè Francesco Cianni à ANSA. O produto já está sendo distribuído para empresas alimentícias do segmento “HoReCa” (hotéis, restaurantes e cafeterias).

Cianni convidou o ministro da Agricultura, Francesco Lollobrigida, para visitar a instalação onde cerca de 10 milhões de grilos são criados diariamente e, em seguida, transformados em pó por um método considerado ético, monitorado pela Agência Sanitária Local (ASL).

A farinha de grilo é rica em proteínas (cerca de três vezes o conteúdo da carne), cálcio, ferro e vitamina B12 (deficiente em dietas vegetarianas e veganas), além de fibras, com uma quantidade reduzida de gorduras e calorias, sendo considerada um “superalimento”.

“Sabemos que a farinha de grilo tem suscitado e ainda suscitará muitas discussões, mas somos efetivamente criadores e produzimos um produto criado sem antibióticos ou medicamentos. Seria importante que o ministro visitasse nosso criadouro, teria a oportunidade de constatar pessoalmente nossa realidade”, destacou o CEO da Nutrinsect.

“Atualmente, produzimos duas toneladas de pó por mês, e até o final do ano planejamos atingir seis toneladas. A aprovação para uso alimentar humano nos dá a oportunidade de desenvolver ainda mais nosso negócio. Já iniciamos um e-commerce através do qual o produto pode ser adquirido”, informou. O custo deve ficar entre 50 e 60 euros (R$ 267 e R$ 321) por quilo.

Entre as aplicações estão a confeitaria e as massas frescas: “Já foram indicadas as porcentagens máximas permitidas, por exemplo, para fazer tagliatelle, não será possível incluir mais de 15% de pó; nos biscoitos, 8%”. Além da farinha para uso alimentar, a empresa continua a produção de farinha destinada a ração animal (ANSA).