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Falta de assistência no nascimento de bebês incomoda mães

em Especial
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
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Falta de assistência no nascimento de bebês incomoda mães

Toda mãe deveria ter contato precoce com o recém-nascido e aleitamento materno na primeira meia hora após o parto. Essa é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP constatou que os profissionais da saúde não dão assistência necessária para mulheres no momento do nascimento da criança

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Aleitamento deve começar na primeira meia hora após o parto, diz OMS.

Raquel Duarte/Agência USP de Notícias

O estudo realizado pela enfermeira Monise Martins da Silva, na maternidade da Santa Casa de Misericórdia da cidade de Passos (MG), analisou práticas dos profissionais de saúde no momento do parto. A enfermeira queria saber que assistência era oferecida às mães e recém-nascidos, principalmente quanto ao contato precoce e à amamentação na primeira meia hora após o nascimento da criança.

Todo o trabalho de Monise se baseou no quarto passo Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento, dos Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno estabelecidos pela OMS. Esses passos foram definidos pelo então Programa Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) na década de 1990 para proteger e apoiar o aleitamento materno.

A enfermeira entrevistou médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e psicólogos. Ela observou que, apesar desses profissionais entenderem a importância do contato precoce e do aleitamento na sala de parto, esta prática não é concretizada. A pesquisadora verificou que muitas vezes eles se preocupam com a realização de outros procedimentos, como o corte do cordão umbilical e o aquecimento do bebê, e se esquecem das recomendações da OMS.

Importância do contato precoce
O contato precoce consiste no momento pele a pele com a mãe. O bebê é colocado nu, de barriga para baixo, sobre o peito da mãe imediatamente após o parto. Esse contato pode durar até a primeira mamada ou pelo tempo que a mãe desejar. De acordo com a pesquisadora, “o contato precoce e o aleitamento materno são de suma importância, uma vez que, tais práticas criam um ambiente adequado para a adaptação do pequeno”.

Segundo a OMS, o aleitamento materno deve começar na primeira meia hora após o parto, para diminuir as dificuldades encontradas pelas mães, contribuir para a continuidade da prática, prevenir o desmame precoce e melhorar a satisfação materna quanto à amamentação. Deve ser estimulado pelos profissionais de saúde, como essenciais no incentivo ao contato precoce e ao aleitamento.

20130321 151622 temproarioPorém, a realidade que Monise encontrou foi outra. Os profissionais disseram que as mulheres não estão em condições de opinar sobre o que é melhor para elas e para os recém-nascidos no momento do parto. Mas Monise contradiz, afirmando que a opinião e a participação das mães são fundamentais, até mesmo quando o parto sofre complicações.

Segunda a enfermeira, as mulheres demonstram ansiedade para ver e tocar seus filhos. “Quando não conseguem ficar de imediato com a criança, se viram em direção ao berço aquecido, com o intuito de poder alcançá-los por meio do olhar e até questionam onde está o filho e se não vão amamentar”, diz.

Experiência materna

Muitas mães se sentem angustiadas quando o parto não acontece da forma desejada, afinal, é um momento único, que não volta mais. A pedagoga Dayane Yamashita passou por uma situação complicada durante o nascimento de seu filho e, após o parto, não teve contato precoce com o bebê. “Depois que meu filho nasceu não tive contato pele a pele com ele. Fico triste, pois senti muita falta disso. Poderia ter sido diferente, poderia ser mais humanizado, queria mais respeito, só isso”, conta.

3732097063 temproarioPara Érykah Moraes, engenheira ambiental e mãe de duas meninas, o contato precoce é muito importante, porém, também para ela, não aconteceu. “Pedi para a enfermeira pelo menos encostar o rosto da minha filha no meu e logo tiraram ela da sala de parto. Na cesárea, até os braços são amarrados. Eu questionei essa atitude e eles disseram que por ser cesariana o procedimento era esse, embora não tenha sofrido nenhum tipo de agressão, pois todo procedimento foi feito com muito cuidado”, relata.

A amamentação também não aconteceu de imediato com Dayane. Por ter tido um parto complicado, e prematuro, o primeiro alimento de seu filho foi um substituto do leite materno, a chamada fórmula, que os próprios profissionais deram. “Pelo fato do meu filho ter nascido prematuro, os enfermeiros deram fórmula para ele, então esse foi seu primeiro alimento, ao invés da amamentação. Eu tive o Davi com médico plantonista, e ele só foi me falar sobre amamentação quando eu tive alta”, diz.
O parto não foi como a pedagoga desejava e ela só foi amamentar seu filho pela primeira vez no dia seguinte ao nascimento. Para ela, amamentar é algo sem explicação, sensação única. “A coisa mais louca da minha vida foi amamentar. É uma sensação inexplicável, é muito instinto. Saber que você é a fonte de alimento de uma pessoa, do seu filho, é muito mágico, é incrível”, conta.

O estudo Contato precoce e aleitamento materno na sala de parto na concepção dos profissionais de saúde foi apresentado por Monise à EERP, para obtenção de seu título de mestre em fevereiro do ano passado. A enfermeira contou com a orientação da professora Juliana Cristina dos Santos Monteiro, da EERP.

Aplicativo ajuda médicos e enfermeiros no controle glicêmico

Bete Subires/Agência USP de Notícias

A Clínica de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas (HC), da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), acaba de lançar um aplicativo que irá auxiliar médicos e enfermeiros a realizarem controle glicêmico intensivo em pacientes internados. Trata-se do InsulinAPP, ferramenta desenvolvida para celulares smartphones e tablets capaz de calcular as doses hospitalares de insulina necessárias para um determinado paciente, em menos de 2 minutos. Basta o profissional inserir alguns dados do doente para obter as informações.
Segundo a doutora Márcia Nery, chefe do ambulatório de Diabetes e idealizadora do projeto, o controle glicêmico intensivo reduz, a curto e a longo prazo, a morbidade, o tempo de internação, a necessidade de internação em unidade de terapia intensiva e a mortalidade intra-hospitalar. O aplicativo, totalmente gratuito, disponibiliza, de forma ágil, dados específicos sobre fatores de risco para variabilidade glicêmica, via de administração da dieta, orientações de ajuste da insulinoterapia, dados da prescrição atual, fatores modificadores da dose, entre outros para total segurança do paciente.
Pessoas internadas sem controle glicêmico, independentemente se serem diabéticos ou não, correm sérios riscos de complicações, alertou a médica. “O não reconhecimento e o não tratamento da Hiperglicemia Hospitalar podem levar a um aumento de até 5,8 vezes no risco de infecção hospitalar, além de piora da evolução de pacientes com infarto agudo do miocárdio, piora da recuperação funcional após acidente vascular cerebral, aumento do risco de eventos trombóticos, entre outros, sendo este impacto negativo maior no grupo sem Diabetes Millitus prévio”, concluiu a médica.
O aplicativo foi desenvolvido pelos médicos, Alexandre Barbosa Câmara de Souza e Marcos Tadashi Kakitani Toyoshima. Ele pode ser baixado pelo (http://tinyurl.com/pw9n2q4). Para celulares com sistema Android utilizar o Google Play Store: (https://play.google.com/store/apps/details?id=com.wInsulinApp).