Descarte de eletroeletrônicos deve entrar em consulta pública
O governo federal deve disponibilizar para consulta pública até a próxima semana a proposta de acordo setorial para logística reversa de produtos eletroeletrônicos
Foto: Emerson Ferraz/GPE/SECOM
Segundo o secretário de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André Luiz Felisberto França, o texto foi elaborado em parceria com as empresas que tomaram a iniciativa sobre o tema. “Esses diálogos e esses compromissos se materializaram em uma proposta de acordo setorial nacional para o setor eletroeletrônico que nós próximos dias será colocada em consulta pública”, disse ao participar da FIEE Smart Future, feira de negócios do setor elétrico e eletrônico.
Na logística reversa, indústria e comércio ficam responsáveis por garantir o descarte adequado dos produtos. O sistema está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entrou em vigor em 2010. Os eletroeletrônicos podem causar impactos no meio ambiente caso sejam tratados como lixo comum. Alguns componentes são feitos com materiais de alto valor que podem ser reaproveitados caso haja um processo de reciclagem adequado.
França destacou ainda que a proposta ajuda a colocar em prática pontos da política de resíduos sólidos que foram negligenciados nos últimos anos. “Uma discussão que se arrastava por nove anos, nesse curto espaço de tempo chegamos a uma proposta que representa ousadia e ao mesmo tempo exequibilidade para que tenhamos uma gestão mais sustentável do serviço de eletroeletrônicos no país”, ressaltou o secretário sobre o acordo.
O texto deverá ficar disponível para receber contribuições por 30 dias, antes da elaboração final dos termos.
Os temas como gestão de resíduos e saneamento, ligadas ao meio urbano, são, segundo França, o foco da atual gestão do Ministério do Meio Ambiente. “A convicção que os principais problemas ambientais se encontram nas cidades, que abrigam 85% da nossa população”, enfatizou. Ele apontou como exemplo, o fato de ainda existirem 2,5 mil lixões no país.
São Paulo
Em outubro de 2018, entrou em vigor em São Paulo a regulamentação estadual da Política Nacional de Resíduos Sólidos feita por lei em 2015. De acordo com as regras, empresas com mais de mil metros quadrados de área construída que não apresentarem um plano para destinação do lixo decorrente dos seus produtos podem ser punidas.
Em 2021, será a vez de todos os empreendimentos sujeitos ao licenciamento ordinário. A meta inicial para as empresas é redução de 22% em peso dos resíduos recicláveis secos que são levados para aterros sanitários.
Estão incluídos na regulamentação diversos setores, como o de lubrificantes de carros, baterias automotivas, pilhas e baterias portáteis, lâmpadas fluorescentes, pneus, agrotóxicos, tintas imobiliárias, óleos comestíveis, produtos alimentícios, bebidas, produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, produtos de limpeza, produtos eletroeletrônicos de uso domésticos, medicamentos domiciliares (ABr).
Tecnologia pode ajudar a revolucionar o setor de segurança
Edney Carpinteiro (*)
A segurança pública – ou a falta dela – é uma das quatro maiores preocupações entre os brasileiros.
Isto segundo apontam as últimas pesquisas de Retratos da Sociedade Brasileira, realizadas pelo IBOPE para a Confederação Nacional das Indústrias (CNI). O País é um dos mais violentos do mundo, estando em 124º lugar no ranking de segurança pessoal apurado pelo Índice de Progresso Social da organização norte-americana The Social Progress Imperative, que mede a capacidade dos países em satisfazerem as necessidades sociais e ambientais de seus cidadãos.
Não é, portanto, uma coincidência que o mercado de segurança patrimonial é um dos que mais cresce no Brasil, uma vez que está diretamente relacionado à crise de segurança pública e à descrença da sociedade sobre as políticas de combate ao crime. Desse modo, a tendência é que esse crescimento continue nos próximos anos, impulsionado pela perspectiva de retomada do crescimento econômico do País.
A tecnologia, por sua vez, será a grande aliada do segmento, não apenas em benefício da otimização dos serviços fornecidos pelas empresas de segurança privada, como também na disponibilização das soluções inovadoras ao cidadão comum. Um exemplo disso é o recente transporte de um órgão realizado por um drone em Baltimore, nos EUA, que foi implantado numa paciente com falência renal. Tal tecnologia, antes reservada apenas a entidades governamentais e militares de inteligência, está se popularizando cada vez mais e sendo aplicada em novos setores.
O uso de smartphones e outros dispositivos móveis interconectados, bem como as tecnologias neles embarcadas e em constante evolução, são um componente importante nesta revolução que impactará sobremaneira o setor de segurança, tanto no campo patrimonial e privado, quanto no pessoal. Recursos como inteligência artificial, realidade aumentada, big data, reconhecimento facial e de voz, leitor de códigos de barras e NFC, gravação de vídeos e áudios, entre outros, já fazem parte de algumas soluções de aplicativos para rastreamento e monitoramento de pessoas e bens, com baixo investimento e facilidade de implementação e operação.
A Findrs, por exemplo, é uma startup de São Paulo com foco no desenvolvimento de soluções para esse mercado. Mais do que um aplicativo, lançou uma plataforma robusta que interconecta smartphones e outros dispositivos, a partir de um banco de dados armazenado na nuvem e que gera informações em tempo real de ocorrências e geolocalização, auxiliando as empresas de segurança a monitorarem seu corpo de vigilância e os locais protegidos.
Os projetos podem ser estruturados conforme a necessidade de cada cliente ou empreendimento, mapeados para coberturas indoor (via sensor Find) ou outdoor (via GPS), possibilitando a extensão do serviço para o rastreamento de frotas e empresas transportadoras de carga. Além do monitoramento de acessos por cerca virtual e a comunicação intra-rede com disparo de mensagens de áudio, vídeo e botão de pânico.
Considerando que o segmento de sistemas de segurança eletrônica vem crescendo a taxas médias anuais de 11% nos últimos dez anos, as inovações estão só começando. A internet das coisas (do termo em inglês Internet of Things – IoT) já é uma realidade e vem caminhando também para uma integração total dos sistemas de segurança, rumo à formação das cidades inteligentes que, a partir dessa perspectiva, possam trazer consigo uma efetiva abordagem sobre a segurança pública e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida de toda a população.
(*) – É sócio-diretor da Findrs, startup que desenvolveu uma plataforma com tecnologia para monitorar, rastrear e localizar pessoas, bens e objetos.