Atletas se destacam pela persistência; relembre momentos das Olimpíadas
Desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos da era moderna, em Atenas, em 1896, o evento tem construído uma rica história, com conquistas esportivas inspiradoras
![]() Velocista Jesse Owens. |
Líria Jade – Portal EBC
Nas Olimpíadas, tudo está no limite, fazendo cada triunfo ainda maior e de tirar o fôlego. Por isso, o Portal EBC destaca alguns desses momentos. Confira:
Berlin, 1936: Owens quebra recordes e conquista ouro na Alemanha nazista – Aos 23 anos, o velocista Jesse Owens foi protagonista nas Olimpíadas de Berlim. A teoria nazista de superioridade da raça ariana foi derrubada pelo velocista negro e filho de escravos. Em seu país, os Estados Unidos, o atleta ainda era obrigado a andar na traseira do ônibus, por conta da política de segregação racial que privilegiava brancos. Além dessa conquista, Owens levou para casa o ouro nos 200m (20 segundos 7) e no salto em distância (8,13m) – ambos com recordes olímpicos -, e no 4x100m (39 segundos 8), ajudando o time norte-americano a bater o recorde mundial.
Melbourne, 1956: Brasileiro Adhemar Ferreira da Silva se torna bicampeão olímpico de salto triplo – O brasileiro Adhemar Ferreira da Silva conquistou reconhecimento internacional ao ganhar duas vezes seguidas a medalha de ouro olímpica no salto triplo nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, e Melbourne, em 1956. Além das performances de sucesso nas provas, o brasileiro deixou sua marca no esporte por ter inventado a ‘volta olímpica’ para ser aplaudido de perto pelo público.
Em Helsinque, em suas seis tentativas, o atleta bateu sucessivamente o recorde olímpico e mundial da prova por quatro vezes: 16,05m; 16,09m; 16,12m e, por fim, 16,22m, performance que o levou ao topo do atletismo internacional.

Roma, 1960: Etíope Abebe Bikila entra para a história ao vencer maratona com pés descalços – Durante a 17ª edição das Olimpíadas em Roma, o etíope Abebe Bikila conquistou a medalha de ouro na maratona e se tornou o primeiro competidor da África subsaariana a ganhar uma medalha olímpica. Seu feito destaca-se ainda mais por ter sido o primeiro atleta a vencer uma maratona com os pés descalços. Após a conquista, foi recebido na Etiópia sob chuva de pétalas de rosa e confetes. O imperador também o condecorou com a Ordem da Estrela da Etiópia.
México, 1968: Após cair, maratonista da Tanzânia corre maior parte do percurso com sangramento – Nas Olimpíadas de 1968, John Stephen Akhwari, da Tanzânia, chegou em último lugar na maratona. Ele correu a maior parte do percurso de 42 quilômetros pelas ruas da Cidade do México com uma perna enfaixada e sangrando, além das dores por conta de uma queda logo no início da corrida. Ele chegou mais de uma hora após o primeiro colocado e cerca de 20 minutos mais devagar que qualquer outro competidor. Mais tarde, perguntado sobre por que não tinha desistido da corrida, Akhwari pareceu perplexo e respondeu simplesmente: “Acho que vocês não entenderam. Meu país não me enviou à Olimpíada para começar a corrida. Eu fui enviado para completar a prova”.

Los Angeles, 1984: Maratonista suíça Gabrielle Andersen-Scheiss se arrasta até a linha de chegada A maratonista suíça Gabrielle Andersen-Scheiss foi a 37ª colocada nas Olimpíadas de Los Angeles em 1984. A suíça radicada nos Estados Unidos chegou cambaleante ao estádio e protagonizou uma das cenas mais fortes das maratonas de todos os tempos, quando deu a última volta no estádio se arrastando, atormentada por cãibras e dores, a poucos metros de uma chegada triunfal. Esta foi justamente a primeira maratona olímpica feminina, vencida pela estadunidense Joan Benoit.
Barcelona, 1992: Dream Team americano de Basquete vai para Olimpíadas – A equipe masculina de basquete dos Estados Unidos selecionada para ir às Olimpíadas de 1992 foi apelidada de “Dream Team” (“Time dos Sonhos”). Isso porque a equipe era formada por grandes nomes da modalidade, como Michael Jordan, Charles Barkley e Patrick Ewing, para citarmos alguns. Foi a primeira vez que um time ativo na NBA foi recrutado para os Jogos Olímpicos. O “Time dos Sonhos” fechou os Jogos Olímpicos de Barcelona invicto, com média de 45 pontos de vantagem.
Pequim, 2008: Phelps conquista oito ouros – O nadador norte-americano Michael Phelps conquista oito medalhas de ouro em Pequim. Nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004, ele havia conquistado seis ouros. No total, são 16 medalhas olímpicas, sendo 14 ouros e dois bronzes. Phelps superou seu compatriota Mark Spitz, que conquistou sete ouros na natação em Munique em 1972, marca que permaneceu insuperável por 36 anos.

Phelps se tronou o maior fenômeno da história das Olimpíadas com o melhor desempenho de um atleta nos jogos.
Pequim, 2008 e Londres, 2012: Jamaicano Usain Bolt leva ouros e bate recordes mundiais – Apelidado de Lightening Bolt (Relâmpago), o atleta jamaicano Usain Bolt se tornou campeão olímpico e mundial, sendo recordista mundial dos 100 e 200 metros rasos, além do revezamento 4×100 metros como integrante da equipe da Jamaica. Ele garantiu três ouros para seu país nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 e nos de Londres em 2012. Seus feitos lhe garantiram o status de mais bem pago da história do atletismo.

Em 2012, repetiu suas vitórias em Londres. Apesar das conquistas das Olimpíadas anteriores, Usain Bolt já não era mais o favorito e sim seu compatriota: Yohan Blake. No entanto, na final dos 100 m venceu novamente em 9s63, um tempo melhor que o de Pequim, deixando Blake em segundo. Nos 200 m, com a marca de 19s32, com Blake novamente em segundo e um pódio totalmente jamaicano com Warren Weir em terceiro lugar. No último dia do atletismo, Bolt integrou o revezamento 4×100 m jamaicano, com Yohan Blake, Michael Frater e Nesta Carter, conquistando sua terceira medalha de ouro nos Jogos, repetindo Pequim, que quebrou o próprio recorde mundial em 36s84, o primeiro revezamento dos 100 m abaixo dos 37 segundos (EBC).