Pedro Signorelli (*)
Administrar conflitos no ambiente de trabalho é uma tarefa bem mais difícil do que parece e nem todo mundo consegue fazer com maestria. Afinal, um conflito pode surgir a partir de várias possibilidades diferentes, o que torna complicado contornar a situação, ainda mais quando não se está por dentro do ocorrido.
Muitas vezes, um conflito nasce a partir de algo considerado pequeno, ou sem importância, mas que a longo prazo, vira uma bola de neve. Isso gera graves consequências para todos, podendo impactar um grande número de colaboradores, e a empresa será a principal afetada diante de um desentendimento, sendo quem mais perde.
É papel da gestão buscar meios de resolver, seja um conflito entre os integrantes do próprio time ou até mesmo um conflito de um colaborador com o gestor. No entanto, para que isso seja possível, antes de tudo é necessário entender quais foram as causas desse conflito e como surgiu, pois obviamente não foi “do nada”.
Depois de entender o que motivou a confusão, o ideal é que o gestor saiba quem são os envolvidos e ouça os lados, com o objetivo de fornecer um parecer justo sobre o ocorrido. Em algumas situações, a resolução é mais fácil e pacífica, em outros, mais sérios, pode ser que não seja tão tranquilo quanto desejado.
Em ambos os cenários é fundamental manter a neutralidade e a transparência, tentando compreender a situação a fundo, sem procurar ou apontar culpados. Os colaboradores devem ver que a situação em questão poderia ter sido tratada de outra forma, sem que fosse necessário brigas ou desentendimentos.
Aliado a isso, o gestor deve fazer propostas que funcionem para ambos, buscando chegar em um acordo em que todas as partes estejam satisfeitas. Com certeza essa atitude ajudará a evitar que conflitos parecidos aconteçam de novo, o que é extremamente válido em um ambiente de trabalho.
Vale destacar que em momentos assim, é essencial chegar a um consenso, pois é o que fará com que os envolvidos saiam desse conflito melhores e vejam a situação com um aprendizado, se sentindo novamente motivados para continuar no trabalho e engajados em entregar performances cada vez melhores.
E quando falamos sobre metas? Quantas vezes não nos frustramos por uma expectativa não atendida? Sim, daí pode gerar outro tipo de conflito. “Eu esperava determinada coisa.” “Você disse que…” “Mas eu quis dizer outra coisa”. Pois é, temos que ser o mais claro e específico possível para gerar a menor possibilidade de confusão.
Todos precisam trabalhar com clareza de direção e alinhados em relação ao resultado que precisam alcançar enquanto indivíduos e enquanto time. Devemos evitar ao máximo metas qualitativas, pois são as que têm potencial para gerar mais conflitos pela diferença de expectativas dentro da sua equipe ou com a própria liderança.
Neste contexto, a gestão deve sempre prezar pela paz e zelar pela criação de um ambiente de trabalho seguro, onde cada um se sinta à vontade para ter trocas e falar quando algo incomoda, sem haver a necessidade de conflitos. Assim, é viável que o convívio seja mais agradável e a equipe se entenda melhor.
(*) – É especialista em gestão, com ênfase em OKR (http://www.gestaopragmatica.com.br/).