Luciano Guidetti (*)
A agenda ESG (Environmental, Social and Governance), que ajuda as companhias a direcionarem suas marcas no sentido da sustentabilidade, engloba questões sociais, ambientais e, principalmente, a governança corporativa, cuja aplicação, ganha agora novas diretrizes a fornecedores de empresas da União Europeia.
Com a aprovação pelo Parlamento Europeu da Diretiva de Due Diligence de Sustentabilidade Corporativa (CS3D), organizações europeias com mais de mil funcionários e faturamento global acima de 450 milhões de euros, precisarão auditar seus fornecedores.
Com um ambiente globalizado e conectado, os fornecedores brasileiros podem ser afetados, independentemente de seu tamanho, a estarem em conformidade com a legislação europeia para manterem seus negócios.
Contudo, os negócios não correm riscos imediato, pois a previsão e aplicação da nova legislação será entre 2027 e 2029, organizadas por porte de empresa. Ter as informações solicitadas pelo seu cliente, de forma organizada, traduzida para o idioma adequado, em tempo hábil para uma auditoria internacional é algo desafiador. Isso porque, além de gerenciar os indicadores dentro da empresa, as organizações precisam ter esses pilares bem estabelecidos em toda a cadeia produtiva que envolve: fornecedores, prestadores de serviços e parceiros de negócios.
Desta forma, a governança é um pilar fundamental. É essa disciplina que ajudará a criar as políticas em linha com os princípios da sua empresa, para que, de forma clara e transparente, seja aplicada ao seu ecossistema de funcionários, prestadores de serviço, fornecedores parceiros de negócios e até mesmo seus clientes, cobrindo toda a cadeia produtiva, auxiliando para a obtenção de indicadores e métricas, minimizando riscos e eventuais penalidades no Brasil ou no exterior.
Não há dúvidas que a governança é um fator primordial na gestão do ecossistema – contudo, também precisamos chamar atenção para mais um fator indispensável para a aplicação deste conceito: o uso da tecnologia. Com as políticas bem estabelecidas, diariamente são emitidos dados e relatórios que, para terem o efeito almejado, necessitam de uma análise rápida e assertiva. Neste aspecto, é humanamente impossível acompanhar essas informações com eficiência e agilidade de forma manual.
Sendo assim, ao investirem em uma consultoria, projetos e serviços para gestão da governança corporativa, é possível estabelecer um conjunto de indicadores amplos, tendo em vista que tais análises passam a ocorrer de forma automatizada, dando ganho de escalabilidade e eficiência nas operações, seja dentro ou fora da organização.
Certamente, quanto maior nível de maturidade do monitoramento dos indicadores de governança, todo o ecossistema da cadeia produtiva é beneficiado, contratando produtos e serviços de melhor qualidade, num modelo de círculo virtuoso, perceptível ao cliente no momento que adquire seu produto/serviço. Assim, a empresa pode se beneficiar com o valor agregado, posicionamento de marca e orgulho de seus empregados.
No entanto, essa mudança não acontece do dia para a noite, e é algo que pode causar desconfortos. Por isso, uma alternativa para isso é contar com o apoio de uma consultoria especializada. Afinal, o time de especialistas poderá ajudar a empresa a identificar onde estão os gargalos da organização, além de auxiliar na construção de políticas e na aplicação de estratégias mais assertivas, tendo em vista a bagagem de experiência que pode facilitar todo o processo.
Cada vez mais será exigido das organizações um nível de maturidade elevado para acompanhar as mudanças de mercado, e a melhor forma de garantir esse objetivo, sem dúvidas, é investir na governança, com o intuito de atingir o nível de sustentabilidade que os clientes da sua empresa almejam. O quanto antes as organizações adotarem a agenda ESG, melhores serão os resultados, afinal, para crescer, é preciso, antes, evoluir.
(*) – É executivo de contas da Viceri-Seidor (www.viceri.com.br).