Não somente o Brasil, mas o mundo todo tem abordado constantemente sobre a importância do ESG – Environmental, Social and Corporate Governance, que, traduzindo, significa Governança Ambiental, Social e Corporativa. Mas, e sobre greenwashing, ou maquiagem verde, você já ouviu falar?
Atualmente é uma pauta que também está em discussão em âmbito mundial. De acordo com a Mazars, auditoria e consultoria empresarial, refere-se a uma prática que algumas empresas usam para promover artificialmente, por meio de anúncios e discursos, uma imagem de marca ambientalmente responsável, sustentável, mas que não necessariamente é a realidade.
Rodrigo Viñau, sócio-líder de consultoria da Mazars, alerta que, apesar de um primeiro momento a ideia parecer tentadora, não é sensato que uma empresa vincule a sua imagem de forma equivocada. “Quando o mercado identifica que isso não é prática da companhia e sim uma ação de greenwashing, a marca perde credibilidade instantaneamente.
No mundo de cancelamento em que vivemos, o impacto no negócio é imediato, com redução de vendas e falta de credibilidade para eventuais ações que a marca faz e que de fato seja de responsabilidade ambiental ou social”. Para entender a importância que os fundos de ESG têm no mercado financeiro, a carteira ISE3, desde o ano em que foi criada (2005), teve uma rentabilidade positiva de 296%, contra 223% da carteira formada pelas ações que compõem o índice Ibovespa.
Dentro do universo empresarial, Viñau diz que, com o tempo, cada vez mais vai ser possível mensurar as iniciativas relacionadas ao ESG. “Cada vez mais estão surgindo certificações, e a ideia é que rapidamente elas sejam exigidas. Há algumas certificações para ESG como um todo, selos que podem ser obtidos de uma entidade governamental, uma certificação válida por alguma agência de certificação que seja reconhecida pelo mercado, são características por meio das quais a gente pode reconhecer se uma empresa é de fato sustentável”.
O executivo acrescenta que a identificação de sustentabilidade pode ser mesmo complexa, pois exige um nível de pesquisa e conhecimento sobre a empresa e suas práticas efetivas. “O que se deve observar são os sinais que podem mostrar que é preciso tomar cuidado, como quando a companhia utiliza uma linguagem confusa, pouco transparente, com muitos termos técnicos, uma imagem muito sugestiva, uma autodeclaração exaltando as questões ambientais, mas sem explicar os motivos, a falta de informação, quando há selo criado pela própria empresa e não por um instituto de validação, entre outros”.
Alguns exemplos de práticas de greenwashing: quando um produto é feito de madeira e a empresa diz ser proveniente de reflorestamento, mas não necessariamente tem um selo confirmando essa origem e o consumidor não consegue atestar. Outra forma comum é a camuflagem de efeitos de um eventual benefício ambiental; por exemplo, um determinado produto reciclável, que utiliza tanta água ou energia para reciclar que não necessariamente se torna uma virtude do ponto de vista ambiental.
Outro caso é declarar que o produto é biodegradável, mas não fica claro quanto tempo demora para sua degradação em um aterro sanitário. Leva quanto tempo? Pode ser 100 anos? “O ESG é algo que você precisa fazer da porta para fora, mas precisa ter consistência da porta para dentro”, finaliza Rodrigo Viñau. – Fonte e outras informações: (https://por.mazars.com.br/).