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Pesquisas são essenciais para construir uma nova matriz energética e viabilizar a descarbonização da economia

em Energias Renováveis
quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

A urgência para adoção de medidas que reduzam a emissão de gases poluentes é um dos temas centrais da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes. Nas negociações em torno da definição de metas globais, o Brasil tem um importante protagonismo e se destaca nas iniciativas para conter o aquecimento global, por meio de ações para transição energética e descarbonização da economia.

Nesse processo para intensificar a construção de uma matriz energética mais limpa e sustentável, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) – empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME) – é um ator fundamental. O diretor-presidente do SGB, Inácio Melo, que acompanhou debates na COP28, destaca a relevância dos projetos inovadores desenvolvidos pela instituição.

“O SGB, como um dos principais geradores do conhecimento geocientífico do Brasil, trabalha em pesquisas essenciais para impulsionar a transição energética e garantir que o país avance cada vez mais na descarbonização. Estamos comprometidos em desenvolver soluções efetivas para esses problemas complexos e, assim, contribuir para que o Brasil se consolide como um líder nesse processo, conforme almeja o presidente Lula”.

Uma das ações desenvolvidas por meio do Centro de Geociências Aplicadas (CGA) é o projeto Estudos Técnico-Científicos para Armazenamento Geológico de CO² em Aquíferos Salinos Profundos, da Bacia do Paraná, orientado para o sequestro de carbono, ou seja, retirada de gás carbônico da atmosfera. A iniciativa tem o objetivo de identificar o potencial de armazenamento das rochas-reservatório e da rocha selante, estabelecendo um piloto para o armazenamento de CO² no longo prazo.


Eletrificação da economia

Entre as ações conduzidas pelo SGB relacionadas à produção de energia estão pesquisas de identificação do potencial brasileiro para produção de minerais estratégicos, a fim de atender a demanda gerada pela transição energética como lítio, grafita, cobalto, cobre e níquel. Tratam-se de matérias-primas de alta tecnologia e extremamente necessárias para construção da nova matriz energética, que deixará de ser baseada em combustíveis fósseis poluentes, passando para uma matriz de baixo carbono, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa.

Outra importante iniciativa que contribui para essa mudança energética é o Projeto Avaliação do Potencial Geotérmico e Seleção de Alvos para um Projeto-Piloto de Geração de Energia Elétrica. A iniciativa busca explorar o potencial brasileiro para gerar energia a partir do calor presente na terra. Essa é uma fonte alternativa e sustentável para produção de eletricidade.

A produção de hidrogênio é também um dos temas em evidência, diante de sua importância para os setores produtivos. O SGB desenvolve o projeto Avaliação do Potencial do Território Brasileiro para Produção de Hidrogênio Natural, com o propósito de identificar fontes naturais e impulsionar a energia alternativa.

Em 2023, o SGB lançou o projeto Prospectividade para Gás na Bacia do Rio Parnaíba, no Maranhão. A iniciativa consiste em pesquisas que buscam identificar a existência de reservas de gás que se formam em depósitos subterrâneos de matéria orgânica. O gás é conhecido por ser menos poluente que os derivados de petróleo e não gerar outros tipos de resíduos de carbono. Essa matéria-prima pode ser usada para gerar eletricidade em usinas, substituir o gás de cozinha ou até mesmo como combustível para automóveis.