Num ano marcado pela forte volatilidade do câmbio, a saída de dólares da economia brasileira superou o ingresso em US$ 44,77 bilhões em 2019, divulgou o Banco Central (BC). Essa é a maior retirada líquida de divisas desde o início da série histórica, em 1982.
O recorde anterior de retiradas líquidas tinha sido registrado em 1999, quando o fluxo cambial – diferença entre as entradas e saídas de dólares – tinha ficado negativo em US$ 16,18 bilhões. Naquele ano, o Brasil tinha abandonado a política de bandas cambiais e permitido a livre flutuação do dólar, quando a cotação passou pela primeira vez a barreira dos R$ 2.
O fluxo cambial é composto de duas partes: o fluxo comercial, que mede o fechamento de câmbio para exportações e importações, e o fluxo financeiro, que mede investimentos em empresas, empréstimos e transações no mercado financeiro. Os dados do Banco Central mostram que, no ano passado, a fuga de dólares ocorreu no canal financeiro (ABr).