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Queda das expectativas piora o clima econômico na América Latina

em Economia
terça-feira, 23 de novembro de 2021

O Indicador de Clima Econômico da América Latina (ICE), divulgado ontem (23) pelo Ibre/FGV, mostra que o resultado do quarto trimestre interrompeu a recuperação que vinha sendo observada desde o segundo trimestre de 2020. O índice, que havia passado para a zona de clima econômico favorável, com 101,4 pontos na sondagem do terceiro trimestre, recuou 20,8 pontos no quarto trimestre.
O ICE é medido pela média geométrica entre o Indicador da Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE).

O ISA registrou uma pequena queda de 1,1 ponto, ao passar de 59,1 pontos para 58 pontos e continua na zona desfavorável. Mas o que influenciou a queda desse trimestre foi o resultado do IE que despencou 45,5 pontos, ao passar de 150,6 pontos no terceiro trimestre para 105,1 pontos no quarto trimestre. Essa é a segunda maior queda entre duas sondagens consecutivas desde o início da série histórica, em janeiro de 1989.

Antes, a maior queda no valor de 58,8 pontos foi entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020 associada às expectativas pessimistas e incertezas trazidas pela pandemia da covid-19. De acordo com a análise, nesse último trimestre do ano de 2021, a questão da pandemia, embora ainda causadora de incertezas e com resultados distintos em termos de imunização entre os países da região, não pode ser destacada como a principal razão para a reversão das expectativas.

Para a América Latina, falta de confiança na política do governo, seguido de instabilidade política e corrupção, são os três principais problemas da região. Observou-se o elevado percentual de 67,4% da falta de confiança na política do governo. “No Brasil, falta de confiança na política econômica e instabilidade política receberam o mesmo percentual de 66,7%, seguido de infraestrutura inadequada e aumento da desigualdade de renda”, informou o Ibre/FGV (Abr).