O mercado financeiro aumentou novamente a previsão de inflação para este ano. Segundo projeção do Boletim Focus, divulgado ontem (7) pelo Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar este ano em 5,65%. É a oitava vez consecutiva que o mercado projeta uma elevação no IPCA. Há uma semana, a projeção do mercado era de que a inflação este ano ficasse em 5,6%. Há quatro semanas a previsão era de 5,44%.
O Boletim Focus reúne a projeção de mais de 100 instituições do mercado para os principais indicadores econômicos do país. Há algumas semanas as estimativas do mercado já estavam apontando para uma inflação este ano acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,5%, com variação de 1,5 ponto percentual. Em fevereiro, o Copom também mostrou em ata que suas projeções para a inflação também estavam acima da meta.
“As projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 5,4% para 2022 e 3,2% para 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 12% a.a. no primeiro semestre de 2022, termina o ano em 11,75% a.a”, diz a ata do Copom. O Focus também elevou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) registrada há sete dias. A nova projeção é de um PIB de 0,42%, em 2022, ante os 0,3% previstos na semana passada. A elevação ocorre após o após a divulgação do PIB de 2021, que foi de 4,6%.
O mercado manteve a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, para 2022. Na projeção, a Selic deve ficar em 12,25%. Há quatro semanas, a projeção era de que os juros ficassem em 11,75%. Para o fim de 2023, a estimativa do mercado é de que a taxa básica fique em 8,5% ao ano, ante os 8% da semana passada. A expectativa do mercado para a cotação do dólar em 2022 ficou em R$ 5,40, uma redução em relação ao projetado na semana passada, quando o mercado previa um câmbio R$ 5,50 (ABr).