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Intenção de consumo das famílias com menor renda retoma nível pré-pandemia

em Economia
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) avançou 1,3% em fevereiro, descontados os efeitos sazonais, e atingiu o maior nível (95,7 pontos) desde o início da pandemia de Covid-19. O índice é apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde 2011. O indicador que mede a perspectiva de consumo se destacou com o maior crescimento mensal, de 3,5%, repetindo a dinâmica de janeiro deste ano. Na variação anual da ICF, houve crescimento de 23,3%.

“Isso aponta que os consumidores em geral esperam condições de consumo melhores nos próximos meses, reflexo da inflação mais controlada que no período anterior, o que acaba gerando maior satisfação em relação à própria renda”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Desde outubro do ano passado, no entanto, a perspectiva de consumo tem avançado mais do que o nível de consumo.

A maior intenção de consumo em fevereiro de 2023 é das famílias de menor renda. Embora o índice para esse grupo ainda esteja abaixo dos 100 pontos, na zona negativa (93,1 pontos), o nível é o maior desde março de 2020. Os consumidores de rendas média e baixa acreditam que as condições de consumo vão melhorar ao longo do primeiro semestre e estão confiantes de que a inflação seguirá moderada. Por outro lado, o indicador de acesso ao crédito caiu 0,5%, chegando aos 85,5 pontos – essa foi a primeira queda desde janeiro de 2022. “A alta dos juros e o avanço da inadimplência encarecem e reduzem a oferta de recursos pelas instituições financeiras”, aponta a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira.

A ICF deste mês mostrou que, para quase 35% dos consumidores, a renda atual está melhor do que em fevereiro de 2022, quando apenas 21,7% das famílias tinham essa avaliação positiva. Para 40,8%, a renda está igual à recebida no ano passado e, para 23,9%, os vencimentos pioraram (Imprensa CNC).

A inflação geral mais contida tem beneficiado a renda disponível, mesmo com o maior endividamento dos consumidores. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) anual, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceu 5,77% em janeiro, enquanto em igual período de 2022 o índice havia registrado alta de 10,5%.