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Intenção de Consumo das Famílias atinge menor nível desde março de 2022

em Economia
terça-feira, 19 de março de 2024

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,8% em março, o quarto resultado negativo consecutivo e o mais intenso do período. Com isso, o indicador, apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu o menor nível desde março de 2022, com 104,1 pontos. A variação anual foi de 7,7%.

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a queda da ICF em março é reflexo da menor oferta de crédito e da desaceleração do mercado de trabalho. “Essas duas condições vêm enfraquecendo o consumo nos últimos meses. No entanto, a intenção de compra permanece melhor do que em anos anteriores e em nível satisfatório”, destaca.

O indicador que mede a percepção sobre o momento para compra de bens duráveis apresentou a maior queda mensal (-2,2%), mas ainda foi o que teve o maior avanço anual (+24,8%). Já o item Acesso ao Crédito obteve a terceira maior queda mensal (-0,7%), enquanto o Emprego Atual teve queda de 0,9% em março, o resultado mais negativo dos últimos quatro meses. Por fim, o Consumo Atual diminuiu pelo quarto mês consecutivo (-0,3%).

A queda da intenção de consumir em março foi puxada principalmente pela redução em 0,8% do indicador relacionado às famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos. As que recebem acima de 10 salários mínimos também tiveram queda no mês, mas em menor intensidade: 0,6%. O público feminino também apresentou recuo mais intenso na intenção de compra. Enquanto a ICF caiu 2,3% entre as mulheres, a redução foi de 0,8% entre os homens. As mulheres também relataram maior dificuldade para ter acesso ao crédito, com queda mensal de 2,5%, enquanto os homens tiveram aumento pelo segundo mês consecutivo nesse item.

Apesar das quedas recentes, a expectativa para os próximos meses ainda é positiva. O subindicador Perspectiva de Consumo se manteve acima do nível de satisfação, com 108,3 pontos. A queda em março foi compensada pelo avanço daquelas que não devem alterar seu nível de consumo (29,6%). A maioria (38,5%) permanece com intenção de consumir mais. “As famílias seguem otimistas em relação ao futuro, mas o ritmo de crescimento do consumo deve ser mais lento nos próximos meses”, afirma Felipe Tavares, economista-chefe da CNC (Gecom/CNC).