A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), apontou que, em setembro, o total de lares brasileiros com dívidas a vencer chegou a 79,3%, o terceiro aumento consecutivo em 2022. No entanto, esse aumento de 0,3 p.p., em relação a agosto, desacelerou e é o menor desde abril deste ano.
“É possível verificar que a melhora gradual do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a queda da inflação nos últimos dois meses são fatores que geram maior disponibilidade de renda para as famílias. Por outro lado, podemos observar que o alto nível de endividamento e os juros elevados afetam, sobremaneira, o orçamento das famílias de menor renda, ao encarecerem as dívidas já contraídas”, observa o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Em setembro, o volume de consumidores que atrasaram o pagamento de dívidas atingiu 30%, o maior desde o início da Peic, em 2010. “Embora os atrasos tenham crescido no mês e no ano entre os consumidores, as dificuldades de pagamento de todos os compromissos do mês são mais latentes entre as famílias de menor renda”, analisa a economista da CNC responsável pela apuração, Izis Ferreira (Gecom/CNC).