Recua a confiança dos pequenos empresários, em meio a instabilidades políticasO atual cenário de instabilidades políticas e incertezas, frente à aprovação de reformas consideradas essenciais para reequilibrar as contas públicas e destravar a economia, já reflete na confiança do micro e pequeno empresário. Com relação aos próximos seis meses, sete em cada dez esperam um faturamento maior. Foto: CNDL/Reprodução Dados do levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito mostram que o Indicador de Confiança marcou 64,1 pontos em março, uma queda de 1,4 pontos ante fevereiro — embora ainda se mantenha acima do nível neutro. Na comparação com março de 2018, quando o indicador estava em 55,3 pontos, houve um avanço de 16%. Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, o recuo da confiança pode ser explicado em grande parte pelas incertezas políticas, principalmente quanto à aprovação da reforma da previdência. “A reversão desse quadro de baixa confiança exige ações que tragam estabilidade macroeconômica e estimulem o crescimento do PIB, o que deve encorajar os micro e pequenos empresários a investirem e, por consequência, incentivar a geração de empregos”, explica o presidente. Os fatores citados para o otimismo com os negócios são o fato de a economia mostrar sinais de melhora (30%) e a boa gestão dos negócios (29%). Além desses, 29% afirmaram estar investindo nos negócios de olho em um cenário melhor, 24% não sabem ao certo as razões e 16% disseram vivenciar um período do ano favorável para as vendas. Com relação aos próximos seis meses, sete em cada dez (66%) entrevistados esperam um faturamento maior, ante 27% que projetam estabilidade e apenas 4% que acreditam em uma queda. Para os que estão otimistas com as vendas, 34% garantem estar buscando novas estratégias comerciais e 28% consideram o período favorável para as vendas (CNDL/SPC Brasil). | |
Confiança do comércio ficou estável em abrilA confiança caiu em nove dos 13 segmentos pesquisados pela FGV. Foto: Valter Campanato/ABr Agência Brasil O Índice de Confiança do Comércio, da Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou estável em abril deste ano, em 96,8 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 2,3 pontos, segunda queda seguida. Em abril, a confiança caiu em nove dos 13 segmentos pesquisados pela FGV. O Índice de Situação Atual, que avalia a percepção dos empresários do comércio sobre o momento presente, subiu 3,3 pontos, para 92,3 pontos. O Índice de Expectativas, que mede a confiança dos empresários no futuro, recuou 3,2 pontos, ao passar para 101,4 pontos, menor valor desde outubro de 2018 (97,6 pontos). De acordo com o pesquisador da FGV, Rodolpho Tobler, o cenário ainda é de recuperação, mas “esta tende a ser gradual, sob influência dos altos níveis de incerteza e da baixa confiança do consumidor”. | O setor da construção não está conseguindo deslancharO setor reflete um cenário incerto para o investimento em 2019. Foto: Antônio Cruz/ABr Agencia Brasil O Índice de Confiança da Construção, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou estável em abril, permanecendo em 82,5 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou pelo segundo mês consecutivo, ao cair 1 ponto em abril. O Índice de Situação Atual, que mede a confiança dos empresários da construção no momento presente, subiu 1 ponto em abril, para 73 pontos, retornando ao nível de outubro de 2018 (73, pontos). Com relação ao Índice de Expectativas, que mede a confiança nos próximos meses, caiu 1,1 ponto, passando para 92,4 pontos. O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) do setor avançou 0,9 ponto percentual, para 66,2% em abril. Segundo a pesquisadora da FGV Ana Maria Castelo, a sondagem de abril reforça a percepção de que o setor não está conseguindo deslanchar como se esperava, “refletindo um cenário bastante incerto para o investimento em 2019”. O Índice Nacional de Custo da Construção, medido pela FGV, registrou inflação de 0,49% em abril. A taxa é superior ao 0,19% de março. O indicador acumula taxas de inflação de 1,28% no ano e de 4,32% em 12 meses. A principal alta de preços foi observada no setor de materiais e equipamentos (0,71%), principalmente por causa do custo com instalação elétrica, que subiu 1,36%. Os serviços ficaram 0,53% mais caros, puxados pelos serviços pessoais (1,01%). O custo com mão de obra ficou 0,33% mais caro em abril. Intenção de consumo das famílias cai outra vezAgência Brasil Pelo segundo mês consecutivo, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou queda. Este mês, o índice medido pela Confederação Nacional do Comércio caiu 1,9%. Em março, ele já havia recuado em 0,4%. O estudo, divulgado na sexta-feira (26), apontou variação negativa em todos os subíndices do indicador. A última vez que isso aconteceu foi após a greve dos caminhoneiros, em julho do ano passado. O desemprego, a taxa de juros e a recuperação lenta da economia mostram, para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, que as famílias brasileiras estão, no momento, com maior cautela para consumir. “O país passa por uma fase de mudanças e ajustes. A aprovação da reforma da Previdência, nos próximos meses, pode trazer um alento para a economia brasileira”, acredita Tadros. A Região Sudeste registrou a maior queda de intenção de consumo, 3,2%. Enquanto, o Nordeste teve o menor índice, 1,7%. |