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Economia 26/04/2018

em Economia
quarta-feira, 25 de abril de 2018
Spread temporario

Spread custará R$ 1 trilhão a mais de juros às pessoas físicas

 Spread temporario

Não há dúvida: é o maior do mundo o spread bancário brasileiro, que é a diferença entre o que os bancos pagam pelo dinheiro captado em depósitos e aplicações e o quanto cobram de juros nos empréstimos

A demonstração está em pesquisa feita pela Fiesp, que comparou os dados de países que empregam metodologia semelhante à brasileira para o cálculo do spread.
Na média, os países analisados têm spread de 1,5 ponto percentual, contra 21,5 pontos percentuais da média brasileira. A análise mostra também que a situação tem piorado. A diferença entre o spread atual e o que era praticado no Brasil no período de 2012 a 2014 fará com que entre 2017 e 2022 as pessoas físicas gastem R$ 1,04 trilhão a mais para pagar os empréstimos contraídos em 2017.
“Certamente há uma dis­torção nesse cenário, pois só no ano passado, os bancos brasileiros tiveram lucro maior que a soma das 262 empresas de capital aberto. Sou o presidente da maior entidade empresarial do Brasil, e sou a favor do lucro justo, porém quando se tem uma situação de falta de concorrência, fica evidente o abuso”, enfatiza o presidente da Fiesp e do Ciesp, Paulo Skaf.
Não há justificativa para a diferença entre o spread brasileiro e o de outros países. Um dos principais componentes para o cálculo do spread, que é a inadimplência, é menor no Brasil que em outros países. O Brasil ocupa apenas a 66ª posição no ranking da inadimplência, atrás de países que possuem spread bem menos elevado, como Itália, Irlanda, Portugal, Rússia e Espanha. “A Itália tem inadimplência 4,4 vezes maior do que a do Brasil, mas o spread total brasileiro é quase 20 vezes maior”, explica José Ricardo Roriz Coelho, segundo vice-presidente da Fiesp (AI/Ciesp-Fiesp).

Contas externas voltam a ficar positivas em março

Contas temporario

As contas externas apresentaram resultado positivo, em março. De acordo com dados divulgados ontem (25) pelo Banco Central (BC), o superávit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo, ficou em US$ 798 milhões. Em março de 2017 também houve resultado positivo: US$ 1,386 bilhão. Este é o segundo mês do ano com resultado positivo. Em fevereiro, o superávit em transações correntes ficou em US$ 290 milhões.
Para abril, o BC também projeta novo superávit, de US$ 1,5 bilhão.
Apesar dos superávits nesses meses, o chefe do Departamento de Estatísticas, Fernando Rocha, lembrou que o resultado esperado para este ano é de um déficit em transações correntes maior do que o de 2017 (US$ 9,762 bilhões). A previsão para 2018 é de saldo negativo de US$ US$ 23,3 bilhões. No primeiro trimestre, o país registrou déficit de US$ 3,219 bilhões, contra US$ 4,644 bilhões em igual período de 2017. Com a recuperação da atividade econômica, cresce a demanda por bens e serviços no exterior e há maior remessa de lucros e dividendos.
“A recuperação da economia aumenta a demanda por bens de consumo duráveis e não duráveis, matérias-primas e bens intermediários”, disse Rocha. No balanço das transações correntes está a balança comercial que apresentou superávit de US$ 5,974 bilhões, no mês passado, e de US$ 13,003 bilhões, no primeiro trimestre. A conta de serviços registrou saldo negativo de US$ 2,776 bilhões, em março, e de US$ 8,108 bilhões, nos três meses do ano.
Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o investimento direto no país (IDP), porque recursos são aplicados no setor produtivo do país. Em março, esses investimentos chegaram a US$ 6,539 bilhões e no primeiro trimestre a US$ 17,747 bilhões (ABr).

Ligeiro recuo na confiança dos empresários da construção

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas (FGV), teve um ligeiro recuo em abril ao variar -0,1 ponto. Com a queda, o indicador passou para 82 pontos em uma escala de zero a 200 pontos. A queda foi puxada pelas perspectivas de curto prazo dos empresários, já que o Índice de Expectativas recuou 0,5 ponto e atingiu 92,7 pontos.
O componente responsável pelo decréscimo foi a tendência de negócios para os próximos seis meses, que caiu 1 ponto. Já o Índice da Situação Atual, que mede a confiança no momento presente, subiu 0,3 ponto em abril e alcançou 71,7 pontos. A principal responsável por essa melhora foi a percepção sobre a situação atual das carteiras de contratos, que subiu 0,7 ponto.
De acordo com a FGV, o recuo das expectativas indica que a incerteza do momento em que vive o país continua afetando o ânimo dos empresários da construção. Apesar disso, segundo a FGV, a percepção em relação à situação corrente dos negócios avançou, devido principalmente ao aumento na intenção dos empresários em contratar. O Nível de Utilização da Capacidade do setor se manteve estável em abril.

Aumentaram os gastos de brasileiros no exterior

hegaram a US$ 4,932 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Os dados foram divulgados ontem (25) pelo Banco Central (BC). Em relação ao mesmo período de 2017, houve crescimento de 10,2%, quando foi registrado o valor de US$ 4,474 bilhões em despesas com viagens internacionais. Esse foi o maior resultado para o primeiro trimestre desde 2015, quando foram registrados US$ 5,232 bilhões.
As receitas de estrangeiros ficaram em US$ 1,934 bilhão nos três meses do ano, contra US$ 1,846 bilhão no mesmo período de 2017. Em março, os gastos de brasileiros em viagens ao exterior chegaram a US$ 1,524 bilhão. No mesmo mês do ano passado, essas despesas foram um pouco maiores: US$ 1,533 bilhão. Já as receitas de estrangeiros no Brasil ficaram em US$ 544 milhões, contra US$ 650 milhões no mesmo mês de 2017 (ABr).