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Economia 21/09/2017

em Economia
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
O resultado também foi ajudado pelo baixo aumento do preço da carne, de 1,47%.

Comida bem mais barata na mesa do brasileiro, segundo a FGV

O resultado também foi ajudado pelo baixo aumento do preço da carne, de 1,47%.

Os preços dos principais itens do prato feito dos brasileiros deram trégua

Segundo levantamento do economista André Braz, coordenador do IPC do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), o valor do tradicional arroz, feijão, bife e batata frita ficou, em média, 3,90% mais barato nos últimos 12 meses (de setembro de 2016 a agosto deste ano), de acordo com dados do IPC/FGV.
A média de todos os gêneros alimentícios comprados nos supermercados ficou em -3,32%. O resultado pode ser explicado pelo baixo aumento do preço da carne, de 1,47%, no mesmo período. O valor do feijão-carioca, muito consumido em São Paulo, despencou 56,47% e o feijão-preto, que não falta na mesa de cariocas e mineiros, caiu 31,08%.
“Condições climáticas mais favoráveis colaboraram para a queda do preço do feijão-carioca. A contribuição desse item foi modesta para o recuo da cesta pois o feijão, apesar de essencial, não compromete fatia grande do orçamento familiar. O destaque vai para a carne bovina que, sozinha, compromete 2% do orçamento familiar, um dos mais altos entre os alimentos. A elevação do preço (1,47%) veio abaixo da inflação medida pelo IPC/FGV e, portanto, não apresentou aumento real”, analisou Braz.
Outro item que registrou queda expressiva foi a batata-inglesa (-48,58%). Já o arroz reduziu 5,93%. Os itens que apresentaram aumento acima da média foram: cebola (28,93%), ovos (3,66%) e farinha de mandioca (3,58%).
De acordo com o economista, o brasileiro pode verificar algum aumento até o final do ano, mas nada que altere a tendência de inflação baixa, que deve fechar 2017 em 3,3%. “A redução não deve continuar tão destacada nos próximos meses. Contudo, nada indica que os preços da alimentação irão disparar”, ponderou.

Atacado paulista cria 2.770 empregos em julho, o melhor desde 2011

Destaque para o comércio atacadista de produtos farmacêuticos e higiene pessoal, com elevações de 2,7%.

Pelo quarto mês consecutivo o comércio atacadista no Estado efetuou mais admissões do que desligamentos de funcionários. Em julho, o setor gerou 2.770 empregos com carteira assinada, resultado de 14.774 admissões e 12.004 desligamentos, o melhor desempenho para o mês desde 2011. Assim, o atacado paulista encerrou o mês com 494.738 trabalhadores formais, um aumento de 0,4% em relação ao registrado em julho de 2016.
No acumulado dos primeiros sete meses de 2017, foram abertas 2.796 vagas com carteira assinada, revertendo o cenário observado no mesmo período de 2015 e 2016 quando 7.473 e 6.424 empregos foram eliminados, respectivamente. Os dados são da pesquisa realizada mensalmente pela FecomercioSP, com base no Caged e informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista.
Das dez atividades pesquisadas em julho, seis apontaram alta no estoque de empregos na comparação com o mesmo mês de 2016, com destaque para o comércio atacadista de produtos farmacêuticos e higiene pessoal e de alimentos e bebidas, com elevações de 2,7% e 1,4%, respectivamente. Os segmentos que sofreram as maiores quedas no total de empregados foram os de materiais de construção, madeira e ferramentas (-2,4%) e de máquinas de uso comercial e industrial (-1,5%).
Segundo a FecomercioSP, os resultados apurados em julho consolidam o processo de reação do mercado de trabalho formal do comércio atacadista no Estado. Vale ressaltar que o número de vagas abertas no mês (2.770 empregos), além de ser o maior para o período nos últimos seis anos, é três vezes superior ao desempenho acumulado de fevereiro a junho de 2017, quando 880 postos de trabalho foram criados (AI/FecomercioSP).

Focus apresenta crescimento do PIB há três semanas

A perspectiva para o comportamento do PIB em 2017 vem mostrando números crescentes há três semanas consecutivas, fazendo com que os pesquisadores do Banco Central (BC) acreditem que a economia brasileira irá crescer 0,60% neste ano. Na semana passada, o Relatório Focus apresentou a primeira variação positiva na expectativa para 2018, depois de se manter em 2,00% por nove semanas consecutivas.
De acordo com o professor Christian Frederico da Cunha Bundt, membro do Comitê Macroeconômico do ISAE – Escola de Negócios, na observação do comportamento da opinião dos pesquisados pelo Focus, vê-se um intervalo pequeno neste ano, entre 0,34% a 0,60%. “A diferença é pequena em percentual isolado, mas quando as grandezas são comparadas, vê-se em determinados momentos uma variação de 76% entre os meses de julho e setembro de 2017”, comenta.
Para explicar essa variação, é importante frisar que o Focus é uma pesquisa onde estão expostos os pontos de vista de especialistas, que são considerados de alta qualidade, pois são baseados em modelos de prognósticos do comportamento da economia. Para embasar essas opiniões são levados em consideração fatores como perspectiva da taxa de inflação, da taxa SELIC, o nível de emprego, a confiança na economia, a taxa de câmbio para o dólar e outras moedas importantes.
Bundt, também, chama atenção para informações sobre a atividade econômica, que deixaram de constar entre os fatores que geram risco de fazer a inflação ter comportamento diferente do previsto e provocar ajustes na estratégia para a taxa de juros, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (ISAE).

75% dos brasileiros não pouparam dinheiro em agosto

Parte significativa dos brasileiros ainda não possui o hábito de poupar. É o que revela o Indicador de Reserva Financeira, calculado pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), que mostra que 75% dos entrevistados não conseguiram guardar recursos no mês de agosto. O percentual revela um crescimento 3,4 pontos percentuais em relação a julho. Apenas 19% dos consumidores pouparam parte de seus ganhos.
O principal motivo citado pelos entrevistados para não poupar é a baixa renda. De acordo com a sondagem, 48% justificou dessa forma. A falta de renda, num cenário de alta do desemprego, também pesa, sendo mencionada por 16% desses entrevistados. Os imprevistos foram mencionados por 14%, enquanto a dificuldade para controlar os gastos e a falta de disciplina foram mencionados por 13%.
A pesquisa destaca ainda que nas classes A e B, a proporção de poupadores foi maior, de 38%. Já a quantidade de poupadores observada nas classes C, D e E, foi inferior aos das classes A e B, com 14%. Para a economista Marcela Kawauti, as principais razões apontadas para não poupar refletem, de fato, o momento de crise econômica (SPC/CNDL).