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Economia 12/09/2017

em Economia
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
Este ano, crescimento do PIB é estimado em 0,6% e inflação, em 4,15%.

Mercado aumenta projeção para o PIB e reduz para inflação

Este ano, crescimento do PIB é estimado em 0,6% e inflação, em 4,15%.

O mercado financeiro voltou a reduzir a projeção para a inflação e aumentar a estimativa para o crescimento da economia este ano

De acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC), a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi ajustada de 0,5% para 0,6% este ano, no terceiro aumento consecutivo. Para 2018, a estimativa de crescimento passou de 2% para 2,1%.
A estimativa do mercado financeiro para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de 3,38% para 3,14% este ano, na terceira redução seguida. Para 2018, a projeção do IPCA foi reduzida de 4,18% para 4,15%, no segundo ajuste consecutivo. As estimativas para os dois anos permanecem abaixo do centro da meta de 4,50%, que deve ser perseguida pelo BC. Essa meta tem ainda um intervalo de tolerância entre 3% e 6%.
Para alcançar a meta, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 8,25% ao ano. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação. Já quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
A expectativa do mercado financeiro para a Selic foi reduzida de 7,25% para 7% ao ano, no fim de 2017, e de 7,50% para 7,25% ao ano, ao final de 2018 (ABr).

Emprego na indústria paulista tem queda

O emprego na indústria paulista registrou ligeira queda (-0,11%) em agosto em relação a julho, segundo o levantamento divulgado ontem (11) pela Fiesp. É a quarta retração consecutiva. O percentual significa o fechamento de 2,5 mil postos de trabalho, representando ainda uma queda de 3,27% em comparação com agosto de 2016. No acumulado de janeiro a agosto, no entanto, o saldo de geração de emprego no setor industrial de São Paulo é positivo, com 5,5 mil novas vagas, um crescimento de 0,26% em relação ao mesmo período do ano passado.
Para o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, Paulo Francin, o resultado indica estabilidade no nível de emprego da indústria. “A produção industrial mostra recuperação, apesar de ainda não ser vigorosa, é contínua, refletindo na manutenção dos postos de trabalho”, ressaltou. Na sua avaliação, pode ainda levar um tempo para que as empresas voltem a fazer contratações de modo que o emprego volte a crescer no setor. “A geração de novos empregos é a última variável a reagir. Ainda temos muita capacidade ociosa, o que deve levar as empresas a resistir a novas contratações por um tempo”, acrescentou.
Dos 22 setores acompanhados para o levantamento, 14 tiveram fechamento de postos de trabalho, quatro apresentaram crescimento e quatro ficaram estáveis. A maior expansão na quantidade de empregos foi do setor de alimentos, que gerou 1.060 novas vagas, um crescimento de 0,26% em comparação com julho. No acumulado do ano, o ramo alimentício registra alta de 3,31% no número de postos de trabalho. O setor de máquinas e equipamentos teve crescimento de 0,56% em agosto, com a abertura de 947 postos. No saldo de janeiro a agosto, no entanto, o ramo tem queda de -0,56% (ABr).

Entraves econômicos apontados por empresários franceses

A Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB-SP) acaba de concluir a segunda edição da pesquisa encomendada a IPSOS com os empresários franceses e brasileiros. O estudo traz um ranking comparativo dos principais entraves econômicos apontados pelos investidores no comparativo de 2016 com 2017. Este ano, surgem três novos obstáculos na opinião dos entrevistados: o agravamento da crise política com 46%, a não aprovação das reformas estruturais com 30% e a incerteza eleitoral em 2018 com 23%.
A sondagem revela, ainda, que entre os cinco principais riscos para os negócios nos próximos seis meses estão a desaceleração da economia em segundo lugar com 45%, a falta de demanda com 41% e a dificuldade no repasse de preços de produtos e serviços para o mercado com 23%. “Para a retomada dos investimentos, os empresários precisam de previsibilidade econômica, de juros menores e de competitividade”, afirma Thierry Fournier, presidente da Câmara.
A pesquisa foi realizada pela empresa de pesquisa IPSOS entre os meses de junho e julho. Mais da metade dos entrevistados atua em empresas internacionais, sendo a grande maioria francesa. Para as empresas multinacionais participantes, o Brasil ocupa o 9ª lugar no ranking global de atratividade para investimentos e o 3º lugar na América Latina (CCIFB-SP).