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CNI eleva para 3,1% projeção de crescimento do PIB

em Economia
terça-feira, 11 de outubro de 2022

A melhoria do mercado de trabalho e o aumento da demanda do setor de serviços fizeram a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevar a projeção de crescimento da economia neste ano. Segundo o Informe do 3º Trimestre, divulgado ontem (11) pela entidade, a estimativa passou de 1,4% em julho para 3,1% em outubro. No fim do ano passado, a CNI tinha projetado crescimento de 1,2%. No entanto, a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China levaram a entidade a reduzir a previsão para 0,9% em abril.

A CNI informa que a gradual normalização das cadeias globais de suprimentos, o aumento de gastos com programas sociais e a queda da inflação contribuíram para melhor as previsões. Em relação à inflação, a CNI projeta que o IPCA, usado como indicador oficial pelo governo, encerrará o ano em 5,9%, contra estimativa anterior de 7,6%. Segundo a entidade, a desaceleração ajuda a recompor o rendimento médio real das famílias e a recuperar o poder de compra e o consumo.

A recuperação do mercado de trabalho continua com 99 milhões de pessoas ocupadas no trimestre encerrado em agosto. Esses dados fizeram a entidade reduzir, de 10,8% para 9,3%, a expectativa da taxa média de desemprego em 2022. A previsão de crescimento da massa salarial real (acima da inflação) subiu de 1,6% para 5,1% neste ano. Em relação aos setores da economia, a CNI também revisou para cima as projeções do PIB de alguns segmentos.

Para os serviços, a previsão de crescimento aumentou de 1,8% para 3,8%, impulsionada pela normalização pós-pandemia e pelo aquecimento econômico. Em relação à indústria, a estimativa de crescimento em 2022 passou de 0,2% para 2%. O setor industrial registrou altas moderadas na produção no primeiro trimestre e está conseguindo contornar os gargalos nas cadeias de suprimentos. No caso da indústria de construção, o segmento beneficia-se da ampliação do principal programa de financiamento habitacional do governo.

O destaque negativo ficou com a agropecuária, cuja projeção passou de estabilidade (0%) para queda de 1,7%. Segundo a CNI, a revisão para baixo ocorre devido ao aumento de custos de produção, gerado pela guerra no Leste europeu. e de eventos climáticos adversos no fim do ano passado que prejudicaram as safras de soja, cana-de-açúcar e milho (ABr).