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CNC reduz previsão do crescimento das vendas no varejo em 2022

em Economia
quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Os destaques negativos foram as retrações no ramo de tecidos, vestuário e calçados. Foto: portaldocomercio.org/reprodução

O volume de vendas no comércio varejista brasileiro recuou 0,8% em julho, segundo pesquisa mensal divulgada pelo IBGE. Diante dessa queda das vendas, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) reduziu de +1,7% para +1,3% a previsão para o crescimento das vendas neste ano. Essa perspectiva decorre da expectativa de que o consumidor sinta o aperto monetário, especialmente por conta do aumento da inflação, no quarto trimestre.

Em curto prazo, no entanto, o cenário segue positivo, com a retomada dos níveis de ocupação e a desaceleração da inflação. O volume das vendas no varejo vem mostrando desaceleração desde o início de 2022 e, em julho, apresentou o terceiro recuo consecutivo. As quedas se deram de forma disseminada, já que 9 dos 10 segmentos avaliados registraram taxas negativas.

Apenas o segmento de combustíveis e lubrificantes teve crescimento do volume de vendas, estimulado pelo corte nas alíquotas do ICMS, com avanço de 12,2% no período. Os destaques negativos foram as retrações no ramo de tecidos, vestuário e calçados, com queda de 17,1%, e na venda de móveis e eletrodomésticos, que apresentou redução de 3%. A sequência de resultados negativos voltou a aproximar o nível de atividade do setor ao patamar pré-pandemia (0,5% acima do apresentado em fevereiro de 2020).

“Embora, do ponto de vista dos preços, julho tenha se caracterizado pela maior deflação para aquele mês desde o início da série histórica do IPCA, o recuo nos preços não se traduziu em aumento generalizado de vendas”, comenta o presidente da CNC, José Roberto Tadros. “De qualquer forma, a expectativa é que, com a entrada em circulação de recursos provenientes das medidas de estímulo ao consumo, os volumes de vendas no varejo voltem ao campo positivo”, pondera o economista Fabio Bentes.

A CNC estima que os recursos oriundos da ampliação temporária do Auxílio Brasil têm potencial para impactar as vendas do setor em R$ 16,3 bilhões até o fim deste ano. Além disso, eventos extraordinários como a chegada do 5G e o Mundial de Futebol tendem a aquecer a demanda em determinados segmentos, no decorrer de 2022. – Fonte: Gecom/CNC.