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Cepal eleva para 2,6% previsão de crescimento para o Brasil

em Economia
quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Em 2023, o Brasil deverá crescer 1%, no mesmo ritmo da Argentina. Foto: thinkstock/reprodução

A economia brasileira deverá crescer mais que o inicialmente previsto este ano, mas desacelerará a partir do próximo ano, divulgou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Neste ano, o PIB crescerá 2,6%, contra estimativa anterior de 1,6%. Em 2023, o Brasil deverá crescer 1%, no mesmo ritmo da Argentina, só
devendo registrar desempenho melhor que o Chile, cuja economia deverá se expandir 0,9% no próximo ano.

A Cepal revisou as projeções para 2022 para as economias da latino-americanas e caribenhas, apresentadas em agosto, e divulgou as estimativas para 2023. A economia da região se expandirá 3,2% este ano, contra previsão anterior de 2,7%. Para 2023, o crescimento ficará em apenas 1,4%. Dois fatores contribuirão para essa desaceleração econômica: o primeiro é a guerra entre Rússia e Ucrânia, que afeta negativamente o crescimento global e acentua as pressões sobre a inflação, a volatilidade no mercado internacional e os custos financeiros.

O segundo são os aumentos de juros por parte dos bancos centrais de economias avançadas, que prejudica o fluxo de capitais aos países emergentes, pois o aperto monetário em países desenvolvidos provoca a desvalorização das moedas latino-americanas e caribenhas e encarece os financiamentos aos países da região. “Embora se espere que esse processo [aumento de juros] termine em 2023, na medida em que as expectativas de inflação se ancorem em vários países, os efeitos dessa política restritiva sobre o consumo privado e o investimento estarão presentes”, destacou a Cepal em comunicado.

A América do Sul deverá sentir os efeitos da desaceleração da economia chinesa, principal parceiro comercial da maioria dos países da região, e pela queda da renda provocada pela inflação. A América Central e o México sentirão os efeitos do baixo dinamismo dos Estados Unidos, que afetaria as exportações. A queda ou estagnação das remessas de emigrantes que vivem em território norte-americano prejudicará o consumo privado, mas uma eventual queda no preço das commodities beneficiaria países que são grandes importadores de alimentos e de energia (ABr).