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Auxílio Brasil: ministro diz que governo usará R$ 30 bi fora do teto

em Economia
quinta-feira, 21 de outubro de 2021

No que depender da equipe econômica, o Auxílio Brasil, programa que pretende substituir o Bolsa Família e pagará um benefício de R$ 400, poderá ser financiado com cerca de R$ 30 bilhões fora do teto de gastos, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao confirmar parte do pagamento do benefício fora da regra fiscal.
Segundo ele, o governo deve pedir um “waiver” (perdão temporário) do teto de gastos para tornar viável o novo programa social. Esse waiver teria “um número limitado, de pouco mais de R$ 30 bilhões”.

Apesar de admitir a intenção de flexibilizar a regra fiscal, Guedes disse que o governo continua comprometido a buscar o reequilíbrio das contas públicas. “Estávamos estudando se faríamos uma sincronização de despesas, que são salários que seguem um índice, e o teto de gastos, que segue outro índice. Seria uma antecipação da revisão do teto de gastos, que está para 2026”, explicou.

A emenda constitucional que criou o teto de gastos limita o crescimento dos gastos federais à correção do limite do ano anterior pela inflação oficial pelo IPCA. O índice de correção só seria revisado em 2026, dez anos após a instituição do teto. Para Guedes, a posição da Economia para fontes permanentes já foi dada. “PEC dos Precatórios mais reforma do IR daria um bolsa família permanente de um certo nível”. Guedes se refere à taxação da distribuição de lucros e dividendos, incluída na segunda fase Reforma Tributária, que não avançou no Senado, embora tenha sido aprovada na Câmara.

O ministro reagiu às críticas de que o financiamento parcial do Auxílio Brasil com recursos fora do teto de gastos representaria uma medida populista. Segundo ele, o programa é emergencial e tem o objetivo de aliviar o peso da inflação sobre a população mais vulnerável até o fim de 2022. Reafirmou que o governo continua comprometido com as reformas estruturais na economia. “Queremos ser um governo reformista e popular. Não populista. Os governos populistas estão desgraçando seus povos na América Latina. Continuaremos lutando por reformas. Quem dá o timing [o tempo] é a política”, declarou.

Por sua vez, o ministro da Cidadania, João Roma, confirmou que os pagamentos do Auxílio Brasil começarão em novembro com um valor mínimo 20% superior aos benefícios atuais do Bolsa Família. Assim que possível, haverá um complemento para elevar os benefícios mensais para R$ 400. Segundo Roma, esse valor foi pedido pelo presidente Jair Bolsonaro (Abr).