Carol Olival (*)
Se o mercado da educação não acreditava no e-learning, a pandemia trouxe um novo cenário de extensas oportunidades, que mudou, à força, a opinião dos descrentes na aprendizem digital. Uma pesquisa encomendada pelo Google à Educa Insights, mostrou que entre 2020 e 2021 o número de brasileiros que considerava fazer um curso à distância saltou de 40% para 78% dos entrevistados. Vale lembrar que em 2017, esse número era de apenas 19%.
No relatório de 2018 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), “Repensando a garantia de qualidade para o Ensino Superior no Brasil”, constatou-se que pessoas com diploma de ensino superior veem uma relação direta entre seu grau de instrução e sua remuneração. No Brasil, um profissional com bacharelado ganha em média – de acordo com o estudo – 2,4 vezes mais do que uma pessoa que tem somente ensino médio concluído. Já profissionais com mestrado ou doutorado ganham até 4,5 vezes mais quando comparados com os mesmos profissionais. Isso não passa desapercebido pela população, que entende claramente a necessidade de obter um diploma de educação superior para melhorar seu padrão de vida.
Segundo o Inep, entre 2011 e 2021, o número de ingressantes em cursos superiores de graduação, na modalidade de educação a distância (EaD), aumentou 474%. Com dados como esses é impossível não enxergar a demanda e a oportunidade que o e-learning encontra no mercado brasileiro nesse momento. O estudo é valorizado, essa valorização é percebida pelo brasileiro, que engrossa as salas de aula digitais, principalmente em cursos superiores, por conta do reflexo que esses cursos oferecem diretamente nas oportunidades de salário.
Como vantagens do digital, temos: a flexibilidade de agenda, o rompimento das barreiras geográficas, a facilidade do on-demand e a fluidez dos programas. Mas é claro que nem tudo são flores, e o digital também encontra desafios, os mais importantes sendo a evasão escolar (comum em cursos presenciais e mais comum ainda em cursos on line), a inadimplência e falta de engajamento que o ambiente digital pode oferecer, caso não seja bem manejado.
Como qualquer análise SWOT demonstra, ameaças podem tornar-se nossas maiores oportunidades e quando falamos de e-learning, o cenário não é diferente. O ambiente digital quando bem planejado pode oferecer soluções que o ambiente físico nunca teria condições de atender, principalmente nos quesitos experiência do usuário e personalização. Oferecer uma plataforma digital que faz uso de todas as informações que o mundo virtual oferece é a chave para investir em uma educação customizada, que atende a vários tipos de demandas e expectativas de forma singular.
Analisando o cenário brasileiro atual fica clara a oportunidade que o ensino a distância encontra no país. A questão a ser discutida é: que empresa terá capacidade para investir e criar a plataforma digital ideal, que utilize o virtual como ferramenta de engajamento e personalização para que obstáculos como evasão e inadimplência sejam combatidos.
(*) – Com graduação em Arquitetura e Urbanismo, pós graduação em Administração, MBA em Empreendedorismo e Inovação, e Master in Digital Marketing, Carol Olival tem um perfil multidisciplinar e transita com segurança pelos mercados de educação, marketing, vendas e treinamento. Carol operou escolas próprias de inglês por 10 anos, e hoje é Community Outreach Director da Full Sail University, responsável pela criação e manutenção de comunidades internacionais para a universidade através da divulgação das imensas possibilidades que as carreiras na economia criativa oferecem.