Estamos vivendo um momento histórico, em que uma grande revolução tecnológica está acontecendo. As chamadas tecnologias emergentes estão crescendo exponencialmente e ficando cada vez mais abertas ao domínio público, cada vez mais acessíveis. Mas o que são elas, afinal?
Tecnologias emergentes são as novas tecnologias, o que temos de mais moderno. Nesse hall estão a realidade virtual (quando usamos um modelo específico de óculos e somente enxergamos o conteúdo que está sendo passado pelos óculos), a realidade aumentada (tecnologia famosa que é utilizada no jogo PokemonGo! e em tantos outros aplicativos atuais), a realidade mista (em que usamos um outro modelo específico de óculos que nos permite enxergar o mundo real e projeções feitas pelo óculos ao mesmo tempo), a inteligência artificial (tecnologia que permite que computadores aprendam com inputs que recebem tanto através de programas quanto através dos nossos próprios cliques durante nossas interações digitais), a internet das coisas (tecnologia que liga objetos à internet, fornecendo informações para a rede, como acontece quando utilizamos um relógio que monitora nossos batimentos cardíacos ou resultados de esportes como corridas e afins). A lista das novas tecnologias segue, mas fiquemos com essas já listadas, que são as que estão no momento mais acessíveis ao domínio público.
Ao passo que essas tecnologias podem ressignificar a forma como vemos mundo, elas também mudam a forma como vivemos nesse mesmo mundo. Com a inteligência artificial e o machine learning (o processo pelo qual o computador realmente aprende e desenvolve sua inteligência), trabalhos que podem ser repetidos são, como se sabe, cada vez mais realizados por softwares e processos automatizados. É nessa observação que profissionais se assustam e questionam se há, realmente, a possibilidade de perder vagas no mercado para as tais tecnologias emergentes. E a resposta para isso é sim e não.
Sim porque algumas vagas realmente vão desaparecer. Mas isso não é novidade, o mundo sempre passou por mudanças e sempre se autorregulou. Não faz muito tempo existia a figura do ascensorista, aquele ser humano que ficava sentado dentro de um elevador apertando botões para os usuários do elevador. Essa figura não existe mais, tanto porque cada um aprendeu a apertar o próprio botão como porque foram inventadas as catracas automáticas que já inclusive programam o andar que você pode acessar, evitando visitas indesejadas. Você recebe um cartão de visitante, passa seu cartão na catraca e ela já indica o elevador que você deve pegar, que já vem com a informação do andar em que você está autorizado a entrar. O mesmo para o operador de telemarketing, que atualmente é uma central robotizada de ligações automatizadas. Essas alterações acontecem no mercado desde sempre, e vão seguir acontecendo. As máquinas estão cada vez mais capacitadas a reproduzir, com mais eficiência, trabalhos que podem ser repetidos.
Mas a resposta para essa pergunta também pode ser não, se você estiver do lado certo da força de trabalho. As máquinas não se criam sozinhas, não se fazem necessárias sozinhas, não se implementam sozinhas. A criatividade do ser humano ainda é a única característica que as máquinas nunca poderão replicar. Máquinas executam tarefas que foram programadas, mas quem programa é sempre um humano. Quer dizer, desde que você procure estar atualizado e entenda o que o diferencia de uma máquina sua carreira não está e nunca estará em perigo. A longevidade da sua vida profissional passa a ser uma questão de atualização – a tecnologia muda a cada dia, e você precisa conhecer tendências e estudar, sempre – e uma questão de estar em contato com sua capacidade criadora, para tornar-se um profissional que trabalha com a máquinas, e não concorrendo com as máquinas.
Sim, todo trabalho que puder ser repetido será eventualmente realizado por uma máquina. Não, o seu trabalho não precisa ser um trabalho de repetição, você pode se preparar para estar no movimento positivo da revolução, aproveitando as soluções das tecnologias emergentes em seu mercado, surfando as ondas de produtividade que são geradas por essas tecnologias. Depende de você. Depende da sua leitura do mundo, da sua dedicação em permanecer atualizado e da sua capacidade de exercer suas habilidades criativas. A história da sua carreira profissional está em suas mãos.
Carol Olival tem um perfil interdisciplinar. Com graduação em Arquitetura e Urbanismo, pós-graduação em Administração, MBA em Empreendedorismo e Inovação e Mestrado em Marketing Digital, Carol Olival conta com mais de 20 anos de atuação no mercado de educação. Tem foco nas áreas de vendas e marketing e experiência como empreendedora e gestora de escolas próprias. Autora de três livros sobre educação e treinamento corporativo e TEDx speaker, hoje Carol atua como Community Outreach Director da Full Sail University, provendo constantes debates sobre como o binômico criatividade e tecnologia são necessários a todos profissionais do cenário atual, e o papel da educação dentro desse contexto.
