2021 sem dúvida alguma foi de muitos desafios. A pandemia trouxe incertezas e um novo olhar para a vida, para os setores e para o mercado em geral. Os últimos meses, com uma estabilização na crise sanitária, o Brasil foi cenário de alta na inflação e uma das maiores crises hídricas vivenciadas. Para 2022 ainda é previsto altas constantes no preço da energia, fator esse desencadeado pela questão climática e erros de planejamento do governo.
Como as expectativas para esse setor ensejam cautela, devido as estratégias adotadas de mitigação à crise hídrica e pressão do mercado internacional pela alta procura de combustíveis que abastecem as usinas térmicas, ainda teremos períodos tensos em se tratando de energia. No entanto, segundo o CEO da startup Energia das Coisas, Rodrigo Lagreca, as empresas já começaram a se planejar para esse período.
“Hoje, muitas indústrias estão utilizando da tecnologia para enfrentar a escassez de chuvas e alta no preço da tarifa energética”, explica. Para ele, o uso correto da energia elétrica, ou seja, de forma inteligente e eficiente, além do seu tratamento e controle podem influenciar num melhor aproveitamento das instalações comerciais e industriais, nos equipamentos elétricos e com o controle do consumo, consequentemente no aumento da produtividade.
Com a reabertura e a expectativa de um retorno à normalidade, as empresas passam a pensar novamente em um planejamento estratégico para os próximos anos. Segundo o consultor e sócio fundador da Partner Consulting Rui Rocha, a falta de perspectivas em relação ao que aconteceria em 2020 e 2021 fez com que as empresas se mobilizassem para a sobrevivência dos negócios, deixando o planejamento estratégico a longo prazo para depois. “Hoje já estamos tendo demandas e procuras de diversos setores para projetos a longo prazo”, ressalta.
“O cenário desafiador que vivemos em 2020 e 2021 nos mostrou oportunidades para crescer e tornar um negócio competitivo. As ameaças podem ser dribladas com um bom planejamento, com a capacitação e o desenvolvimento de pessoal. O ambiente econômico ou o futuro são especulações, que talvez não sejam a realidade no próximo ano.
Não sabemos o que vai acontecer nas eleições, os rumos a taxa de câmbio e de juros, além dos números sobre o crescimento do país. O que podemos fazer é nos preparar internamente para aproveitar as oportunidades e alavancar o negócio”, afirma David Zini, professor da Fundação Dom Cabral (FDC).
“Estamos vivendo um momento de muita ansiedade, que é uma consequência do ‘novo normal’, instalado pela pandemia. Para lidar com um cenário volátil, a cabeça das lideranças precisa mudar a chave. Todo o processo de mindset dentro de uma organização começa pelos líderes”, ressalta Zini. Em 2021 o foco do Energia das Coisas foi entrar no mercado industrial, apresentando a solução de monitoramento que leva o mesmo nome da startup. Já para 2022 o objetivo é solidificar a empresa e angariar investidores.
“O setor elétrico passou por uma grande ressaca em 2021, para o próximo ano, acredita-se no retorno de investimentos. E para a Energia das Coisas em específico, vislumbramos a expansão de negócios”, enfatiza. A solução Energia das Coisas vem sendo desenvolvida desde 2017, quando o sistema de monitoramento foi instalado em fase de pré-testes em mais de 50 domicílios distribuídos em 06 concessionárias pelas cinco regiões do país.
Lagreca explica que a ferramenta busca trabalhar o comportamento das pessoas, o que conduz naturalmente a uma diminuição dos gastos com luz e a possibilidade de poderem ainda avaliar ineficiências em seus equipamentos, a partir do monitoramento em tempo real, readequar suas operações e ainda usufruir das funções de liga e desliga remoto, eliminando o risco de luzes e aparelhos de ar-condicionado deixados ligados por esquecimento.
“É uma ferramenta que possibilita o engajamento do consumidor, pois a cada ato que o usuário faz, como por exemplo ligar o ar-condicionado, o monitor acusa esse aumento de carga. Essa resposta rápida que o equipamento proporciona permite o envolvimento e o entendimento que os impactos que isso causa, gerando assim o consumo consciente e o menor desperdício de energia elétrica”, aponta.
Segundo Lagreca, para as empresas é uma excelente alternativa e a redução podendo ter uma economia de 10% a 30% ou mais, dependendo do seu engajamento nas ações de eficientização escolhidas. “O mais importante, além da economia propriamente dita, é o consumo inteligente que os colaboradores passam a executar, além de aprender conceitos de eletricidade e aprender os benefícios de comprar equipamentos corretos que possuam o selo PROCEL”, explica.
“Além do que, com o aplicativo, o consumidor passa a entender quanto custa o tempo do uso do de uma determinada máquina, o custo de se manter o ar-condicionado ligado. Quanto mais acompanhar o consumo e notificar o sistema, mais inteligente o monitoramento se tornará e mais ajustado a interpretar o consumo”, enfatiza. Essas possibilidades, há pouco tempo tidas como um futuro intangível, já são realidade, e chegaram em um momento que não poderia ser mais providencial.
Segundo o empresário, as tecnologias desfarão o último mito da energia: a invisibilidade. “A partir de agora, ela poderá ser visualizada, rastreada e controlada. É necessário que reinventemos nossos próprios conceitos e crenças não só sobre energia, mas sobre a água também”, ressalta.
Segundo ele as contas de energia irão aumentar, e junto os custos das empresas, nossa competitividade será ameaçada. “Há caminhos para mitigar esses riscos e quem primeiro se movimentar, terá vantagem nessa disputa. A hora de mudar é agora!”, finaliza. – Fonte e outras informações: (www.energiadascoisas.com.br).