O Brasil é um país onde, historicamente, as pessoas associam investimentos à Caderneta de Poupança. Isso não é por acaso. São anos de uma tradição que começou com Dom João VI, em 1861. Talvez, por isso, ela seja tão presente na vida dos brasileiros. Segundo dados da Anbima, ainda em 2020 pode-se dizer que existem dois tipos de investidores no mercado: os que aplicam seu dinheiro exclusivamente na Poupança e o restante.
Essa cultura também pode ser entendida a partir da inexistência de uma educação financeira adequada por parte de quem investe. O fato é que ela se confirma ao se elencar a preferência da população na hora de aplicar o seu dinheiro.
- Caderneta de Poupança – Ativo de renda fixa utilizado por 84% dos investidores, a caderneta é uma espécie de conta bancária mais voltada para o acúmulo de dinheiro do que a conta-corrente, que, por sua vez, é feita para movimentação contínua.
Com o dinheiro na Poupança, a ideia é que o investidor iniciante faça os depósitos e, passado um mês da aplicação, tenha rendimento de acordo com uma porcentagem e taxas determinadas. O grande problema é justamente a rentabilidade da Poupança.
De acordo com as regras vigentes desde 2012, esse cálculo acompanha os juros da Selic mais uma Taxa Referencial (TR) que, na prática, têm rendido menos do que a maioria dos produtos existentes no mercado.
- Fundos de Investimento – Não é por acaso que a Poupança vem perdendo participação, segundo a Anbima, com a diminuição de quatro pontos percentuais de 2018 para 2019. Em uma realidade de baixo rendimento, investidores mais atentos têm recorrido a ativos como os fundos de investimento, ainda de maneira tímida, com o aumento de 1% de mercado em relação ao ano anterior, chegando a 6%.
Fundos de investimento são conjuntos nos quais uma série de investidores toma parte de um projeto na condição de cotistas. Eles podem se dedicar à renda fixa, variável ou às duas ao mesmo tempo.
A ideia é que a reunião dos recursos de todos represente um volume capaz de viabilizar a participação em diferentes segmentos.
Um exemplo é o conhecido FII, sigla para Fundos de Investimentos Imobiliários, onde o investidor participa de projetos que podem ser shoppings, complexos empresariais, entre outros.
- Títulos Privados – Na sequência dessa lista aparecem os chamados títulos privados, correspondendo a 5% do público presente no mercado de investimentos. O que caracteriza títulos de dívida como privados é apenas a natureza da instituição que os emite.
Assim, na prática, eles são soluções oferecidas por bancos, financeiras ou até empresas que buscam a captação de recursos em troca de retorno sob uma taxa de juros. Entre eles estão os Certificados de Depósitos Bancários (CBD), as Letras de Créditos Imobiliários (LCI), as Letras de Créditos do Agronegócio (LCA), as debêntures e os Certificados de Operações Estruturadas (COE).
Todos são de renda fixa, permitindo ganhos de acordo com a taxa de juros e aquilo que é oferecido por cada instituição, o que pode fazer desse tipo de investimento, uma solução bastante atrativa em comparação à Poupança.
- Títulos Públicos – Ainda de acordo com a Anbima, 4% investem em títulos públicos, que são ofertados por agentes públicos, como o Governo Federal. Neste caso, o objetivo é criar fonte de renda para financiar atividades educacionais, de saúde, infraestrutura, entre outros. A operação é bastante simples de se entender. A pessoa empresta o seu dinheiro para a instituição pública, que emite o título e, em troca, recebe o valor de volta na data de vencimento com o acréscimo de juros.
Essa é a lógica do Tesouro Direto, que apresenta três tipos de títulos públicos: o Tesouro Selic, o Tesouro IPCA+ e o Tesouro Prefixado. Eles se diferem em relação aos prazos, às formas de rendimento e a valores mínimos de investimento.
- Ações – Os ativos que oferecem a maior rentabilidade são aqueles que aparecem em último lugar nessa lista, com apenas 3% da participação popular. Talvez porque ações sejam investimento de renda variável e que não apresentam garantias em termos de resultados, como acontece na renda fixa.
Quando a pessoa investe em ações, ela adquire parte em projetos empresarias na condição de acionista, podendo lucrar consideravelmente caso eles alcancem crescimento significativo. É possível investir em ações com foco na obtenção de dividendos, que são repasses feitos pelas empresas para seus acionistas sempre quando elas apresentam crescimento.
Outra forma de remuneração é na oscilação do valor da empresa na Bolsa, com a compra na baixa e venda na alta, muito embora existam também outros tipos de operações indicadas para investidores mais experientes.
Fonte: Equipe da Experta Media (www.expertamedia.com.br).