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Quatro tendências de inovação para o setor de energia

em Destaques
domingo, 19 de março de 2023

Alexandre Pierro (*)

O Brasil é referência global em termos de energia. Dentre tantos motivos que justificam tamanha conquista, está a compreensão da importância do papel da inovação para o crescimento deste setor e, principalmente, para a busca de alternativas sustentáveis e econômicas que reduzam os custos de operação deste segmento sem que isso afete seu desempenho.

E, apesar de ainda termos um longo caminho a ser percorrido, grandes tendências estão despontando como ferramentas valiosas a serem implementadas internamente nessa missão.

Independentemente se for aplicada no modelo de negócios, processos, serviços, produtos ou na organização como um todo, essa já se mostra como uma das principais ferramentas para que o setor de energia alcance resultados positivos – melhorando sua eficiência, aumentando a segurança e permitindo que sejam desenvolvidas soluções criativas tornando-a mais acessível para os consumidores.

Aqui no país, como exemplo, de R$ 6,7 bilhões em aportes entre 1999 e 2019 foram investidos em projetos desenvolvidos através do programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL. Muitas janelas de oportunidade podem ser exploradas em prol deste melhor desempenho e destaque no mercado, principalmente se as empresas se atentarem às seguintes tendências que estão moldando este cenário. Confira:

  1. – Conectividade e digitalização – o uso de mecanismos inteligentes e modernos pautados na conectividade e digitalização permite que as empresas de energia desenvolvam uma verdadeira infraestrutura digital – criando formas de atender aos desafios da indústria e conseguindo, assim, diminuir o consumo de energia, tornar o processo mais eficiente e melhorar a relação entre o setor e o consumidor.
  2. – Mercado Livre de Energia – essa é uma das maiores tendências deste setor, justamente por suas promessas de garantir uma maior sustentabilidade, economia, autonomia, acessibilidade e liberdade tanto para as indústrias quanto para os consumidores.

Apenas em agosto de 2022, este mercado foi responsável por 38% da eletricidade consumida no país segundo dados da Abraceel – o que o torna uma importante alavanca para a transição energética nacional intensificando a diversidade de fontes energéticas mais ecológicas.

  1. Fontes Renováveis – uma das maiores conquistas do Mercado Livre de Energia foi impulsionar o setor nacional a investir em fontes mais renováveis, que gerem menor impacto ao meio ambiente sem comprometer a entrega da demanda à população. Além da matriz hidrelétrica e das fontes solar e eólica nas quais o Brasil já se destaca, muitos esforços estão sendo vistos na transição do setor em termos de descarbonização.
  2. – Hidrogênio Verde – o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050) apontou o hidrogênio verde como uma das melhores tecnologias disruptivas no âmbito da inovação no setor de energia. Seu processo é 100% livre de carbono, considerada hoje como uma das fontes renováveis mais promissoras a ser investida nos próximos anos, capaz de promover resultados muito positivos para o mercado.

Mesmo diante de tantas opções de recursos inovadores a serem implementados no setor elétrico, iniciar essa jornada não é algo simples. Seu sucesso depende do desenvolvimento de um mindset de inovação, o estímulo em todas as equipes a inovar, a adoção de ferramentas que permitam o monitoramento dos resultados constantemente e, principalmente, contar com o apoio da ISO de inovação.

Essa metodologia inteiramente flexível aponta as diretrizes a serem seguidas pelas companhias conforme suas necessidades. Ao invés de burocratizar, ela oferece uma maior liberdade às empresas, analisando o grau de maturidade do negócio frente à inovação e os possíveis caminhos a serem percorridos. Assim, cabe à própria organização escolher aquela que faça mais sentido a suas demandas.

A inovação no setor de energia tem um papel fundamental na construção de uma economia limpa, sustentável e resiliente. Por isso, é essencial que o mercado invista vigorosamente essa prática – criando modelos de negócio irão impulsionar este segmento para um futuro mais limpo e econômico para a população.

(*) – É mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e sócio-fundador da Palas, consultoria pioneira na ISO de inovação na A.Latina (www.isodeinovacao.com.br).